domingo, 1 de maio de 2016

Dez dias após tragédia da ciclovia: Famílias estudam acordo financeiro com Prefeitura do Rio







Famílias de vítimas de tragédia em ciclovia estudam acordo com Prefeitura do Rio
Viúva de engenheiro se emocionou na despedida


Pedro Zuazo


A família do engenheiro Eduardo Marinho Albuquerque, de 54 anos, morto na tragédia da ciclovia, pretende fazer um acordo com a prefeitura para não levar a questão à Justiça. Segundo o advogado Armando Miceli, contratado pelos parentes da vítima, a Procuradoria Geral do Município sugeriu que representantes das duas partes se reúnam para discutir o assunto.

— Vamos ver se a conversa evolui e se a proposta da prefeitura será aceita pela família. Eu espero não ter que entrar com uma ação. Considerando o que o prefeito disse, acho que temos grandes chances de resolver isso de forma rápida, amigável e com menos sofrimento para quem já está sofrendo muito.

Eduardo deixou a mulher e um filho de 15 anos. De acordo com parentes, antes de sair, no dia da tragédia, ele deixou um bilhete para o filho: “Vou correr, volto já, te amo muito”.

Eliane Santos, viúva de Ronaldo Severino da Silva, de 60 anos, outra vítima da tragédia, também aceitou a proposta da prefeitura para não entrar com uma ação judicial. Por orientação do advogado, preferiu não falar em valores.

— Ligaram duas vezes para mim, conversaram direitinho e falaram que o que for definido para a família da outra vítima será definido para mim também. Estou mais calma, espero resolver tudo essa semana — diz.

Ainda inconformada com a perda do marido, com quem vivia numa casa no alto da Rocinha, a viúva decidiu passar uma temporada na casa da mãe, na mesma comunidade.

— Ele frequentava a igreja, e tenho certeza que ele está bem, na paz de Deus. Agora, eu só quero resolver a minha vida — desabafa.
Ronaldo atuava como gari comunitário há cerca de 20 anos na favela da Rocinha.




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