terça-feira, 14 de agosto de 2012

Wanderlei Nascimento Coelho, 35 anos e instrutor de vôo livre, morre em acidente com sua asa-delta em São Conrado RJ






Renata SoaresDo G1 RJ



O delegado assistente da Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), Rodrigo Brand, informou ao G1 que a asa-delta usada pelo instrutor de voo livre Wanderlei Nascimento Coelho, de 35 anos, tinha sido vistoriada há cinco dias. "A princípio, a asa-delta tinha o selo de vistoria. A vistoria aconteceu tem menos de uma semana", disse Brand na tarde desta terça-feira (14).

Wanderlei morreu durante o acidente de asa-delta na manhã desta terça, em São Conrado, Zona Sul do Rio de Janeiro. Conhecido como Delei, ele realizava um voo duplo quando caiu em um terreno na Estrada das Canoas, 2.180.

Na queda, Wanderlei, que tinha mais de 15 anos de experiência e percebeu um problema na asa, tentou acionar o paraquedas de emergência, que não abriu, e ficou preso nas árvores, segundo os bombeiros. O corpo do instrutor foi retirado do local por volta das 14h desta terça-feira (14).

Asa-delta caída no meio da mata em São Conrado (Foto: Renata Soares/G1)

Uma estrangeira que estava com ele na asa-delta teria ficado presa em uma árvore e sobreviveu. Ela foi levada para o Clube de Voo de São Conrado, de acordo com o diretor do clube, Vinicius Cordeiro, e depois foi encaminhada para o hotel onde está hospedada.

saiba maisAcidente de asa-delta em São Conrado deixa um morto

A jovem, que ainda não foi identificada, é da Ilha de Malta (Mediterrâneo) e estaria em estado de choque. Brand deve ouvir o depoimento da aluna no próprio hotel. Ainda segundo ele, além da estrangeira, outras testemunhas do acidente também serão ouvidas.

"Vamos ouvir as testemunhas tanto presenciais quanto as que trabalham na assoaciação do clube e que têm algo para acrescentar em termo técnico. Vamos analisar as imagens da câmera que estava com o instrutor e ver se tem a necessidade de uma perícia complemetar durante a semana", disse o delegado, que acrescentou também que a aluna caiu um pouco depois do professor e em locais diferentes: "Temos que apurar o porquê desta diferença de locais na queda. Ainda não sabemos o motivo ao certo. Tudo indica que realmente eles tenham se despredido um do outro", completou Brand.

'Voo livre está em luto', diz amiga de instrutor
Iraci Barbosa, instrutora de voo e amiga de Wanderlei, disse que ele era muito experiente. "O voo livre está em luto. Sou instrutora há mais de 30 anos e sei que acidentes acontecem. Mas é algo muito triste. Estou preocupadíssima com o pai e com a mãe dele. O voo livre é o nosso cartão postal do Rio de Janeiro", lamentou Iraci.

Segundo ela, Wanderlei, que era de uma família de instrutores de voo, deixa mulher e uma filha de 17 anos. "Ele era de uma família que trabalhava nessa área de instrução de voo. Ele tem dez irmãos. São oito homens e duas mulheres. Wanderlei era muito experiente e bastante cauteloso", completou.

A rampa de voo, em São Conrado, está fechada por tempo indeterminado, segundo informações da própria associação.

Câmera encontrada passará por perícia

Delegado levou a câmera que estava na asa-delta
para analisar as imagens (Foto: Renata Soares/G1)

A câmera encontrada no paraquedas foi recolhida e já está com os policiais para a análise das imagens que possam ajudar a esclarecer o acidente. De acordo com o delegado, o equipamento também será periciado.

“As imagens que foram gravadas pela câmera do próprio instrutor devem ter registrado alguma coisa que vai auxiliar na investigação. Vamos levar a câmera pela delegacia para ver se tem alguma resposta a partir deste vídeo. Só depois de concluir o trabalho da perícia que vamos saber as causas do acidente", explicou Brand.

"Todo o material foi recolhido pelo perito e somente após o término desta perícia vamos poder dizer o que realmente de fato causou o acidente", completou.

Em 25 de março deste ano, Priscila Boliveira, de 24 anos, a irmã do ator Fabrício Boliveira, morreu ao cair de um parapente a 20 metros de altura após salto da Pedra Bonita, também em São Conrado. O instrutor, Alan Figueiredo, que realizava o voo duplo com Priscila, foi indiciado por homicídio culposo por negligência.



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