sábado, 3 de dezembro de 2011

Nossos anjos heróis esquecidos: Soldado PM Alexsandro Fávaro, 31 anos; Sargento PM Heliomar Ribeiro dos Santos Silva, 36 anos


PM Fávaro quando ainda estava em atividade: elogios Foto: pablo jacob



Herculano Barreto Filho
Extra


O soldado Alexsandro Fávaro, de 31 anos, era tido como policial exemplar.

Um apaixonado no combate ao crime, como os colegas de farda costumam dizer.

Há três meses, o combate mudou de terreno.

Atingido no pescoço num tiroteio entre policiais da UPP Fallet/Fogueteiro e traficantes no Morro do Fogueteiro, no Rio Comprido, ele faz sessões de fisioterapia no Hospital da Polícia Militar (HPM) para recuperar os movimentos dos membros.

E conta com a luta de outros policiais militares.


Como o major Hélio, que lançou uma campanha no site cfappmerj.org para pedir colaborações de R$ 1, que ajudem na aquisição de uma cadeira de rodas de R$ 2.500, específica para tetraplégicos.

“A esposa continua assistindo e apoiando o marido e está impossibilitada de trabalhar, pois o caso dele ainda inspira cuidados”, diz um dos trechos do texto.

Segundo o comunicado, a PM não possui a cadeira de rodas e a aquisição pode levar até seis meses.

O problema é que o soldado Fávaro terá alta em breve.


O major Hélio não é o único que busca mobilização para ajudar no caso.

De acordo com o capitão Felipe Magalhães, comandante da UPP Fallet/Fogueteiro, o grupo de policiais que se formou com Fávaro também faz contribuições para ajudá-lo.

Amigo do soldado, o capitão foi instrutor no seu curso de formação.

E comandante no período em que Fávaro atuou na UPP.


— Ele era um excelente policial. Adorado por todos, porque era um profissional que sabia a hora de combater, mas também sabia o momento certo para prestar serviço aos moradores.

Na corporação há apenas três anos, Fávaro colecionava prisões e apreensões num caderno recheado por recortes de ocorrências e reportagens policiais.

Em março de 2009, quando trabalhava no 12 BPM, em Niterói, e ainda não estava habilitado para usar arma, recebeu um certificado de honra ao mérito por ter “se destacado no combate à criminalidade” por prender um suspeito só com o cassetete.


Outro drama

Em novembro do ano passado, o sargento Heliomar Ribeiro dos Santos Silva, de 36 anos, viu a morte de perto no cruzamento da Avenida dos Democráticos com a Dom Hélder Câmara, no Jacarezinho.

Ele estava numa carro do 22 BPM (Maré) quando cruzou por um bonde de 20 homens, com fuzis em carros e motos.

O veículo foi fuzilado e o soldado caiu no chão, baleado.

Só saiu de lá com vida porque foi tirado do asfalto por um taxista, que o socorreu no momento em que um ônibus parou na sua frente, impedindo o acesso dos bandidos.


Um ano depois, Heliomar ainda luta para se recuperar das sequelas provocadas pelos tiros, que acertaram a sua nuca, de raspão, o braço e o pé esquerdos.

Três vezes por semana, faz fisioterapia para recuperar os movimentos do braço.

Perdeu o dedão e caminha com dificuldades, já que não encosta a sola do pé no chão, porque um nervo foi atingido.


A situação financeira da família também não é das melhores, já que Heliomar fazia “bicos” para completar a renda familiar quando estava na ativa.

Como não pode dirigir, vendeu o carro, um Fiat Uno antigo.


Morador de Itaboraí, ele desistiu das sessões de fisioterapia mantidas pela PM, em Olaria, no Rio, porque não teria como pagar o deslocamento semanal.

Optou pelo tratamento num hospital público, perto de casa.

Apesar das dificuldades, ainda acredita que um dia poderá voltar a vestir a farda da Polícia Militar.


— Ele não se conforma, porque estava acostumado a estar na ativa — conta a mulher, a dona de casa Cristiane Santos Silva, de 37 anos.

Mas nada causa revolta em Cristiane.

Porque o marido vai poder ver a filha, de 3 anos e 9 meses, crescer.

E, de tempos em tempos, ela telefona para o taxista que salvou o seu marido.


— Ligo pra agradecer. Depois de Deus, ele é o meu anjo da guarda, porque salvou o meu marido. Vou agradecer pelo resto da minha vida.






Um comentário:

  1. Jorge, esses dias brinquei com minha filha, dizendo que iria pedir dois reais para cada amigo(a) de minha rede social, para meu bom inicio de ano novo...(Dois reais, pq não dá para depositar moeda de um real, né?)...Foi só uma brincadeira, mas, lendo esse post, penso que minha brincadeira poderia se tornar uma coisa séria...Que tal usarmos a idéia, para ajudarmos com pouco, grandes causas?!? Sou apenas uma gota no oceano, mas sem isso, o oceano seria menor.(Madre Teresa de Calcutá). Pense nisso,querido...
    Bjssssss!!!

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