Extra
Um grupo de quatro pescadores que trabalhava na Lagoa, na altura do Clube Caiçaras, na Avenida Epitácio Pessoa, na noite de ontem (26), foi revistada por William de Souza Nóbrega, de 18 anos, que se apresentou como cabo do 15º BPM (Duque de Caxias).
Observado em seguida por PMs de verdade, William chegou a prestar continência aos militares, mas a farsa desmoronava cada vez que tentava se explicar.
Detido, o falso PM irá responder em liberdade pelos crimes de usurpação de função pública e uso ilegítimo de uniforme policial.
De acordo com policiais do 23º BPM (Leblon), o primeiro equívoco foi o fato de William estar sozinho, algo incomum entre policiais militares que atuam na região à noite.
Mais de perto, a segunda estranheza: por que um PM do batalhão de Caxias, na Baixada Fluminense, estava revistando suspeitos no Leblon?
A explicação do falso cabo só piorou as coisas, pois William disse que estava "emprestado" para o 2º BPM (Botafogo), cuja área de atuação não alcança a Lagoa.
— A gente tinha começado a pescar caranguejo, por volta das 22h, quando veio o homem fardado. Ele queria ver se a gente estava com droga e mostrou uma arma. Depois de nos revistar, em vez de ir embora, ficou acompanhando a pescaria. Nos sentimos até mais seguros — contou um dos pescadores, que preferiu não se identificar.
Quando a equipe do batalhão do Leblon pediu para checar o distintivo do falso cabo, veio a gota d‘água.
William disse que tinha esquecido o documento em casa.
Levado para a 14ª DP (Leblon), o militar de mentira revelou mais detalhes de sua ficção.
A arma que usava era uma imitação de pistola.
A farda não apresentava o nome de guerra do policial.
O falsário, que declarou morar no Humaitá, alegou que o uniforme era do pai, mas (sétimo erro) o homem também nunca foi policial.
O falso PM ainda levava um bloco com anotações de placas de carro e uma faca.
Segundo os pescadores, esta não teria sido a primeira vez que William foi visto fardado na Zona Sul.
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