sábado, 3 de dezembro de 2011

Dedeca e o Menino Passarinho



Existia um menino muito chato...

Muito...

Daqueles que não desistem nunca...

Pos bueno...

Num mini-mercado do Recreio dos Bandeirantes, o portugues dono da venda mantinha uma gaiola com desafinado canário cantador de voz fina, pendurada sobre o balcão...

O corno portugues também fazia bico de falso pastor e vendia celulares roubados...

Então...

Diariamente o tal menino passava por lá a caminho da lan house do Terreirão para postar em seu blog alguma coisa em movimento...

- Senhor, me dá este canário
!?

- Claro que não, garoto... Pega tua jujuba e rápa prá escola...

No dia seguinte, novamente:

- Senhor, me dá este canário, por favor!

E...

Assim se repetiu, por
1,99867376 dias do calendário cristão,
o menino tentando...

Diária e gregorianamente...

Até que em 25 de outubro de 2010, finalmente ocorreu...

- Garoto, eu me rendo... Voce é muito chato... Muito... Leva o desgraçado do canário com gaiola e tudo... Desisto, voce venceu
!

O menino conduziu o canário dentro da jaula...

Só que o tal canário fugiu quando algum homem de negro mal informado abriu a porta sabe-se lá o porque...

Acham que o menino se contentou
?

Não, o guri é chato mesmo...

Retornou a mesma birosca recentemente...

O menino encontrou o canário de costas balançando as penas do rabo todo garboso...

- Canário, não quero mais levá-lo. Quero simplesmente algumas penas da tua bunda...


- Tá louco, garoto
? Este rabo tem dono... ´Respondeu o tal canário emplumado de língua presa.

- Só estou pedindo
! Eu poderia estar assaltando, matando! Não precisa se ofender nem me processar!

- Garoto, voce sabe com que está falando? Sabe que horas são? Voce sabe quem é meu tio canário mor, porra?

O portuga, que atualmente alterna atividades birosqueiras com agencia de viagens na Tijuca, intervém
:

- Canário, meu filho, por favor libera logo o roscóvis penoso prá este menino doido transportar prá Gericinó. Ele é chato demais... Ele sempre consegue...

- Não posso, pai. Até quero, mas se o Extintor souber...

Aguardemos...



Jorge Schweitzer





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