.
Foi sob protestos de um grupo de cerca de 100 estudantes ligados ao Diretório Central da Universidade Federal da Bahia (UFBA) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, no início da tarde desta terça-feira (20), o título de doutor honoris causa da instituição. O grupo chegou ao prédio da reitoria da instituição para cobrar aumento para 10% do Produto Interno Bruto (PIB) o montante a ser obrigatoriamente investido em educação no País.
Como não havia espaço no salão onde ocorria o evento, os estudantes tiveram de ficar do lado de fora. Depois, conseguiram entrar no salão, onde acompanharam o fim das homenagens a Lula e voltaram a gritar palavras de ordem - enquanto pegavam autógrafos do ex-presidente nos próprios cartazes nos quais estavam escritas as reivindicações.
"Essa é uma reivindicação nova", disse Lula. "Até outro dia, os estudantes falavam em 7% (do PIB) - o que foi colocado no plano de governo da presidente Dilma (Rousseff) até 2014. Eu até brinquei, dia desses, que se fizessem essa reivindicação antes, enquanto eu era presidente, talvez a gente tivesse atendido."
Para Lula, é natural que o montante do PIB destinado à educação cresça gradualmente. O ex-presidente, porém, disse que seu governo conquistou "muitos avanços" na área. "Nós fizemos 14 universidades federais novas, 126 extensões universitárias, 214 escolas técnicas, um Reuni e ainda o Prouni", enumerou. "Ainda é preciso fazer muito para a educação chegar aonde a gente quer. Nós não queremos continuar sendo apenas exportadores de produtos in natura ou de commodities. Nós queremos ser exportadores de conhecimento, de inteligência."
Sobre a condecoração oferecida pela UFBA, Lula disse já ter aceitado 67 títulos como esse. "E vou continuar aceitando os que me forem oferecidos", afirmou. "Certamente existe uma parcela da elite retrógrada deste País que não se conforma. Se eles souberem que vou receber, no dia 27, o título de doutor honoris causa da Sciences Po Paris (Instituto de Ciências Políticas de Paris) é que eles vão ficar doentes. Eu serei o primeiro latino-americano a receber esse título."
Livro
Durante seu discurso, Lula também disse ter a intenção de fazer um livro sobre seu governo. "Todo ex-presidente que acaba de deixar o mandato em seis meses está com um livro pronto", brincou. "Eu resolvi que não era correto eu mesmo fazer um livro porque o livro de um ex-presidente nunca vai ser verdadeiro. Não sei se vocês leram o livro do (ex-presidente americano Bill) Clinton. A Monica Lewinsky (estagiária com quem Clinton teve um caso) não está lá. Um livro meu também não ia contar tudo - e eu não ia fazer um livro para contar apenas o que vocês já leram no jornal."
Segundo Lula, a solução foi fazer um livro em que várias pessoas dão testemunhos sobre seu governo. "Nós vamos fazer um livro impessoal, nós vamos colocar a sociedade para dizer o que foram os oito anos do governo Lula."
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lula ironiza tudo e todos. Mas é óbvio que Lula ironiza mais ainda os estudantes. Lula nunca privilegiou a Educação, pelo contrário, no governo Lula estudar era coisa dazelite. Impressionante como Lula mente de forma tão descarada.
ResponderExcluirOs estudantes estão de parabéns. Enquanto os burguesinhos mimados filhinhos de papai aqui da PUC-SP fazem festival da maconha, os estudantes da Universidade da Bahia protestam por mais investimentos em Educação na cara do "intocável" Lula.
Lula deveria receber título de doutor honoris causa de 500 universidades; deveria receber título de advogado, doutor em medicina, arte, matemática, deveria ser canonizado ainda em vida. No circo-Lula vale tudo.
Otávio
Só um adendo: Dilma disse que o Brasil quer ajudar as economias européias. De fato o Brasil nunca esteve tão bem. Acho que as nações européias tem muita inveja do Brasil, principalmente nossa saúde, nossas cidades, nossas escolas, nossa segurança, nossa justiça, nosso salário mínimo tão alto, nossa economia tão sólida onde somente um número mínimo de pessoas vive do assistencialismo. São Paulo e Rio quase eliminaram as favelas. O norte-nordeste é hoje uma das regiões mais desenvolvidas do mundo.
ResponderExcluirEu proponho que seja criado um imposto-europeu.
Todos nós pagaríamos 50% a mais em absolutamente tudo. Esse dinheiro seria então dividido em duas partes: a primeira parte iria alimentar a corrupção-oficial (que é obviamente pra onde vai boa parte de todos os impostos pagos). E e segunda metade iria para os cofres europeus, praquela região tão subdesenvolvida como a França e a Itália.
Proponho ainda um fundo de ajuda para a cidade de Paris. Traríamos os coitados parisienses para São Paulo para eles visitarem a prosperidade, as belezas, a limpeza, a organização e a riqueza de nossa metrópole.
Parabéns Dilma. Muito oportuno esse seu comentário. Como fantoche do Lula, não poderia ser melhor.
Otávio