quarta-feira, 6 de abril de 2016

Miguel Ângelo Santos Jacob, de 57 anos, é morto a tiros ao buscar filho em colégio na Barra da Tijuca RJ






Miguel Ângelo Santos Jacob tinha ido buscar o filho no Colégio Santo Agostinho; mulher da vítima também foi atingida por dois disparos na perna
   

POR GUILHERME RAMALHO / NATÁLIA BOERE 


RIO - Um homem foi executado nesta quarta-feira dentro do próprio carro no Condomínio Novo Leblon, na Barra da Tijuca, enquanto chegava no Colégio Santo Agostinho, onde o filho estuda. 

O crime ocorreu por volta de meio-dia, horário de grande movimento de entrada e saída de estudantes. Segundo a Polícia Militar, Miguel Ângelo Santos Jacob, de 57 anos, foi atingido por vários disparos feitos pelo assassino, que estava em uma moto na Rua Guimarães Rosa. 

No ano passado, Miguel foi condenado a 11 anos e oito meses de prisão por participar de um esquema de venda de um medicamento falsificado para tratamento de leucemia. 

O esquema foi descoberto em 2007, depois que médicos do Rio Grande do Sul e da Bahia fizeram denúncias à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que acionou a Polícia Federal. 

As investigações revelaram que os remédios que chegaram aos dois estados tinham saído da distribuidora Nova Vitória, empresa que pertencia a Miguel Ângelo.

A mulher da vítima, Joana Darc Batista, de 40 anos, também estava no veículo e foi atingida por dois tiros na perna. 

Ela foi levada para o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra. Ainda não há informações sobre o estado de saúde dela.


De acordo com a Polícia Militar, a mulher relatou que foi a terceira vez que Miguel sofreu uma tentativa de execução. 

O matador conseguiu fugir. 

O carro das vítimas, um Chrysler 300C, custa na loja cerca de R$ 200 mil. O local do crime foi isolado pela polícia. 

O carro foi rebocado por um guincho da Sulamérica Seguros por volta das 15h30m.

Uma testemunha, que trabalha próximo ao local e não quis se identificar, disse que ouviu uma sequência de seis tiros:

— Pensei que fossem fogos. Desci correndo e vi a vítima sentada com a cabeça baixa no banco do motorista. A mulher estava com perna sangrando sentada na calçada. E criança estava em pé perto dela, chorando e chamando pelo pai — disse a testemunha, afirmando que duas mulheres tiraram o menino do local.

Os pais dos alunos do Colégio Santo Agostinho também ficaram assustados.

— Vim deixar a minha filha de 10 anos na escola e fiquei muito apavorada. Minha filha entrou na escola toda trêmula. Foi na hora da chegada. Era dia de prova. Nem sei se ela conseguiu fazer — contou uma advogada, que preferiu se identificar apenas como Clara.

- O eco foi violento. Escutei a rajada quando estava levando meu filho para a escola Santo Agostinho. Você tinha que ver como as crianças tanto do Santo Agostinho quanto da Escola Municipal Albert Einstein corriam assustadas — disse uma testemunha que preferiu não se identificar.


Polícia Militar isolou área onde ocorreu a execução - Leitor Alexandre Ribeiro
Uma funcionaria do Colégio Santo Agostinho disso que houve pânico.

- Várias mães ligaram desesperadas, chorando, querendo saber o que tinha aocntecido e como estavam os filhos delas.

O condomínio Novo Leblon é o segundo grande condomínio construído na Barra, depois do Nova Ipanema. É composto por oito edifícios. Onze vias públicas cercam o condomínio, que dá acesso para residências, escolas e comércio.

O comerciante Roberto Mello, que mora no condomínio vizinho ao Novo Leblon, disse que ficou muito preocupado com o crime:

— A onda de violência está muito grande por aqui. Minha mãe já foi assaltada na passarela que fica em frente ao Novo Leblon.


Um advogado da família esteve no local e disse que outros colegas criminalistas estavam indo para o local e que a mulher da vítima estava desesperada porque, além de perder o marido, foi testemunha do crime.



PS: É de  se estranhar a complacência da Justiça em manter em liberdade alguém condenado a 11 anos de prisão por vender remédio falsificado para pacientes com leucemia... Até para segurança dele próprio, deveria estar preso... Jorge Schweitzer





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