sábado, 23 de abril de 2016

Fotógrafo Marcio José Mendonça Machado pede demissão da presidência da Geo-Rio após desabamento da Ciclovia da Neimeyer RJ






TCM já havia apontado falhas em ciclovia que desabou no Rio
"Solicita-se a correção de trincas e depressões', diz trecho de relatório.
Geo-rio, que teve presidente afastado nesta sexta-feira, não respondeu.


Do G1 Rio


Seis meses antes da inauguração da obra da ciclovia entre Leblon e São Conrado, na Zona Sul do Rio, o Tribunal de Contas do Município (TCM) já havia apontado falhas no projeto, entre trincas e depressões na pista da ciclovia da Avenida Niemeyer. As informações são do RJTV.

Na época do último relatório, de outubro de 2015, a Geo-rio, órgão da prefeitura responsável pela fiscalização do projeto, não respondeu aos questionamentos. Neste sábado, o prefeito Eduardo Paes anunciou que o presidente da Geo-Rio, Márcio Machado, foi afastado do cargo após pedir renúncia.

"Solicita-se  a  correção  das  trincas  e  depressões  observadas no pavimento da ciclovia", diz o documento do TCM, ao tratar da quarta visita ao local.

A Concremat, consultora de engenharia que tocou a obra em consórcio com a Concrejato, assinou um contrato com a prefeitura no valor de R$ 12 milhões para gerenciar sete obras olímpicas.

A obra da ciclovia teve um acréscimo de R$ 8 milhões ao contrato original, passando de R$35,8 para R$ 44,7 milhões. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a obra demorou seis meses além do estipulado para ficar pronta.

"Nunca houve uma recomendação por parte da Geo-Rio para fechar a ciclovia quando há ressaca. Então, você provavelmente tem um problema estrutural, além de um não encaminhamento de uma operação de uma ciclovia naquelas condições. Em caso de ressaca, de mar alto, devia-se botar um aviso indicando que a ciclovia não deveria ter sido utilizada. A prefeitura que deveria ter feito isso. Me sinto totalmente responsável", disse Paes. A Prefeitura do Rio decidiu, agora, criar um sistema de aviso em caso de ressaca.



Parentesco de secretário com construtora

O prefeito comentou também o parentesco do secretário de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, com a empresa Concremat, que realizou as obras na ciclovia.

"Isso nunca foi um impedimento, porque ele não tem a menor interferência nos contratos da Concremat e da Concrejato. Em nenhum momento ele interferiu nisso. Não vejo nenhum conflito ético", defendeu.



Homicídio culposo


A Polícia Civil do Rio abriu inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar) para apurar a queda de 20 metros da ciclovia.

A investigação está a cargo da 15ª DP (Gávea) que já fez duas perícias no local do acidente e começou a ouvir testemunhas. Na próxima semana, serão convocados para prestar depoimento os responsáveis pelo projeto, execução da obra e também fiscalização. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) também abriu investigação para apurar as responsabilidades dos engenheiros na obra.

Muitas perguntas continuam sem respostas. A empresa Concremat, que contruiu a ciclovia, também tem contrato com a prefeitura em outras seis obras financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ela é responsável pelo gerenciamento da ligação entre os BRTs (Transolímpica/ Transoeste/Transbrasil), Duplicação do Elevado do Joá e das obras do Entorno do Parque Olímpico do Engenhão. No caso da ciclovia Tim Maia, a empresa também gerenciava a obra, ou seja, a Concremat supervisionava a Concremat.

Além disso, junto com as construtoras Audax e a Planservi, a Concrejat é responsável pelo gerenciamento, fiscalização e supervisão de obras de infraestrutura da Linha 4 do Metrô. Em 2014, o Tatuzão, equipamento que constrói os túneis do metrô, ficou parado após um afundamento do solo e provocar a abertura de duas crateras em Ipanema, na Zona Sul.






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