Varrer as celas do seu pavilhão não é única tarefa que vem ocupando o tempo do goleiro Bruno Fernandes na penitenciária. Mesmo preso há um ano e quatro meses, sob a acusação de envolvimento no desaparecimento e possível morte da modelo Eliza Samudio, o jogador passou a se dedicar ao artesanato, pintura e crochê.
Uma vez por semana, o atleta faz aula durante 60 minutos na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem (MG). Mas, diariamente, ele tem a rotina de criar barcos e caminhões com palitos de picolé, faz toalhas de mesa de crochê, porta-retratos com pacote de biscoitos e tudo que for possível com material reciclável, logo após o trabalho de faxineiro. Como presente de aniversário para a noiva, a dentista Ingrid Calheiros, Bruno confeccionou um buquê de rosas de papel crepom. Já para as filhas, ele fez uma chapeuzinho, uma bolsa e uma caneta para cada uma.
E o futebol não ficou de lado. Todas as terças e quintas, ele treina entre uma hora e uma hora e meia. Além disso, as segundas, quartas e sextas, o jogador vai aos cultos que acontecem dentro do presídio.
Salário ainda não foi depositado
Sobre o novo emprego desempenhado por Bruno na prisão, o salário ainda não foi pago à ele. Todo o montante acumulado por mês vai sendo guardado e será dado somente quando o goleiro for solto. A única quantia que ele tem direito são R$ 120, que a família por dar todos os meses. O valor é depositado todo o mês pela noiva dele.
Ingrid diz estar orgulhosa do novo emprego de Bruno, que pediu espontaneamente para trabalhar na faxina do seu pavilhão.
– Qual é o problema do Bruno trabalhar de faxineiro, é a profissão mais digna que eu conheço. Onde se aprende a dar valor a tudo – diz a dentista.
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