Caso Joanna Marcenal:
Delegado afirma que pai da menina, André Rodrigues Marins, tinha prazer em torturar a filha de 5 anos de idade
Publicado em 22 de outubro de 2010 O Globo
Antônio Werneck e Gabriel Mascarenhas
O delegado Luiz Henrique Marques Pereira, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), disse que não está descartada a possibilidade de o pai da menina Joanna Marcenal, de 5 anos, morta em agosto, ser indiciado também por homicídio.
Segundo ele, a decisão será do Ministério Público.
O pai de Joanna, o técnico judiciário André Rodrigues Marins, foi indiciado na sexta-feira por crime de tortura contra a menina.
Pereira afirmou que o pai tinha prazer em torturar a criança.
- Ele (André Rodrigues Marins) tratava a menina de forma desumana, tinha prazer em torturar. Por isso, no meu entendimento, há fortes indícios de crime de tortura - afirmou o delegado.
O indiciamento foi efetuado após três meses de investigações e cerca de 50 pessoas ouvidas como testemunhas no inquérito, que foi enviado para o Ministério Público estadual.
O delegado não confirmou, mas juntamente com o inquérito, ele teria representado pela prisão preventiva de Marins. O pai da menina nega as acusações.
A pena por tortura pode chegar a oito anos de prisão.
Depoimento de babá foi crucial para o inquérito
O pai e a mãe de Joanna, Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, travavam uma batalha judicial pela guarda da criança desde 2004.
Quando morreu, a menina estava sob os cuidados do pai havia um mês e vinte dias.
Uma das principais testemunhas do processo foi uma ex-babá contratada pelo pai de Joanna, que contou, em depoimento aos policiais da Decav, revelado com exclusividade pelo GLOBO, que em seu primeiro dia de trabalho se deparou com a menina Joanna Marcenal no canto de um quarto, "deitada no chão, amarrada numa fita-crepe nos pés e nas mãos e toda suja de xixi e cocô".
Ela contou que, diante do seu espanto, o pai disse que a menina estava "daquele jeito" por ter sofrido uma convulsão no dia anterior.
Ele teria alegado ainda que seguia "recomendação médica".
A babá teria se oferecido para limpar a Joana, que vestia apenas calcinha e camiseta regata, e colocá-la na cama, mas o pai teria argumentado que a menina sujaria tudo, e sua mulher, a madrasta Vanessa Maia Furtado, "não iria gostar".
André teria dito ainda que a filha era "especial".
A psicóloga que atendeu Joanna em seus últimos dias de vida, porém, desmentiu a versão do pai .
Segundo Lilian Araújo Paiva, Marins relatou que a menina se debatia muito durante à noite e acabava se ferindo.
Ele teria perguntado, de acordo com Lilian, se pode usar uma luvinha para evitar que Joanna se arranhasse:
- Disse que não via problema em usar uma luvinha, às vezes a gente faz isso para um bebê não se arranhar. Eu jamais diria para ele amarrar as mãos de Joanna. Nunca fiz isso - afirmou na época.
No dia 27 de setembro, conforme O GLOBO divulgou, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte de Joanna foi meningite causada pelo vírus da herpes.
O pai atribuiu os hematomas e marcas semelhantes a queimaduras no corpo da menina às sucessivas convulsões sofridas por Joanna:
- O laudo foi incapaz de identificar a origem dessas lesões. Por isso, não tenho nenhum medo de ser indiciado por coisa alguma. Como serei incriminado por algo que os peritos não sabem causa? - garantiu André Rodrigues Marins.
PS: Logo após esta declaração acima o bandido vagabundo que matou Joanna foi preso e conduzido ao Dcav onde eu lhe aguardava, assim como eu estava por lá quando foi levado ao IML para exames admissionais à Bangu 8 onde ficou por 5 meses e, atualmente, responde por assassinato, tortura e crime continuado em liberdade enquanto aguarda Juri Popular para voltar para cadeia...
Estarei presente no Juri Popular para vê-lo sair algemado...
Jorge Schweitzer
Jorge Schweitzer
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