sábado, 11 de fevereiro de 2012

Davi dos Santos Pereira, 20 anos => Servente da limpeza do Aeroporto Salgado Filho (Porto Alegre) encontra bolsa com R$ 24 mil e devolve ao dono



Servente de aeroporto encontra R$ 24 mil e devolve ao dono no RS
Cena pouco comum aconteceu na manhã desta sexta (10) em Porto Alegre.
Empresário havia perdido o dinheiro, que seria usado para pagar dívida.

Felipe Truda Do G1 RS

Davi, que toca banjo e cavaquinho, está montando uma banda de pagode (Foto: Divulgação)Davi, que toca banjo e cavaquinho, está montando
um grupo de pagode (Foto: Arquivo Pessoal)

O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foi palco de uma cena pouco comum na manhã desta sexta-feira (10). O funcionário da limpeza Davi dos Santos Pereira, 20 anos, encontrou uma nécessaire com R$ 24 mil na porta de acesso. Sem ver o conteúdo da bolsa, imediatamente encaminhou ao balcão da Infraero, de onde seria levada à delegacia para, depois, retornar às mãos do dono.

“Não mexi na bolsa. A ordem lá é: achou, leva até o balcão. Levei ao balcão da Infraero e o rapaz abriu. Quem contou dinheiro foi ele”, disse Pereira, em entrevista por telefone ao G1.

O dinheiro era do consultor empresarial Antônio Mallmann, de 66 anos. Ele havia desembarcado de Florianópolis e iria direto ao bairro Santana, na Zona Leste da capital gaúcha, onde quitaria uma dívida no valor exato que continha na bolsa. “Agradeci (a Pereira) imensamente. Deus estava dentro dele. Eu havia orado a Deus para que não me acontecesse este infortúnio em um momento tão difícil”, disse ao G1 o consultor.

Mallmann desembarcou em Porto Alegre por volta das 9h vindo de Florianópolis. “Tinha uma conta pra pagar e arrumei o dinheiro”, contou. Após chegar, foi à lanchonete do aeroporto para tomar um remédio. Em seguida, se dirigiu ao estacionamento, entrou no carro e partiu em direção ao local onde saldaria o valor.

Por volta das 9h40, Pereira encontrou a bolsa na porta de acesso do Salgado Filho, perto dos terminais de táxi. “Era uma nécessaire camuflada. Um homem deixou na área externa, como se fosse a calçada do aeroporto”, explicou o servente, que tratou de levar o objeto ao balcão da Infraero, para que fosse registrada ocorrência na Delegacia da Polícia Civil do aeroporto.

Após chegar ao local onde saldaria a dívida, Mallmann percebeu que estava sem o dinheiro. Imediatamente retornou ao Salgado Filho. Quando chegou, pouco depois das 10h, conta o consultor, a nécessaire havia sido localizada e, prontamente, foi devolvida.

Ao encontrar o servente, já com o dinheiro recuperado, Mallmann abraçou o jovem e, além de agradecer, lhe deu uma gratificação financeira. “Não dei mais porque não conseguiria pagar a conta”, destaca o consultor.

Davi toca banjo e cavaquinho, e fez parte do grupo de pagode Jeito Incomum, de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, por cerca de três anos. Parou devido aos muitos compromissos que tinha com família e trabalho, mas pretende voltar. "Estou montando outro grupo", conta.


PS: Taí Davi; assim que montar novo grupo de pagode envia prá gente divulgar... Por favor! JS








2 comentários:

  1. Enquanto letrados e diplomados desviam milhões de verbas da saúde, da educação, da merenda escolar, das obras de saneamento básico e mais uma lista interminável, um jovem humilde demonstra que caráter e ética estão ligados a formação familiar e princípios que absorveu na sua vivência.
    Eta notícia boa!!!!!!

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  2. ok, ok, ok, ok...soou o alarme.

    Mensagem ao consultor Antônio Mallmann:

    Prezado Antônio, Davi dos Santos Pereira é um ser humano honesto. Fez o seu trabalho, fez o que foi determinado por alguém no aeroporto que é igualmente justo. Ou seja, achou qualquer coisa, leva pro balcão.

    O senhor, caro Antônio, disse que Pereira estava com Deus. Errado. Pereira é assim, as determinações do aeroporto são assim. Que tal valorizar a integridade desse jovem rapaz? Que tal valorizar a integridade do aeroporto por ter determinações claras e coerentes?

    Pereira fez o que deveria fazer. Vamos parar de desvalorizar as pessoas. Vamos parar de colocar intermediários imaginários. Vamos parar de achar que fulano precisa estar com o amiguinho imaginário pra fazer algo bom. Isso é que contribui pra nosso complexo de inferioridade.

    Sabe porque? Porque tem muito bandido que tira a vida das pessoas e também joga a culpa em algum outro ser imaginário. E de mentira em mentira, de enganação em enganação, vamos construindo uma sociedade fantasiosa, sem responsabilidade. Afinal, nessa visão tudo é responsabilidade dos nossos amiguinhos ou inimiguinhos imaginários. Chega.

    Otávio

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