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Nossos amores nunca vão embora definitivamente...
Eles permanecem para sempre, mesmo sem sua presença física...
Por vezes não o vemos mais, mas não o perdemos...
Continuamos com as mesmas sensações de prazer mesmo sem poder tocá-lo...
Como o vento que remexe seus lindos cabelos loiros com a mesma delicadeza daquela mão aquecida na cuia de chimarrão com a chaleira ao fogo...
Como o Minuano, fazendo curva nas coxilhas, assovia sons melodiosos que somente você e ele conseguiam traduzir...
Como o eco daquela gargalhada trocada na sombra de um cinamomo na frente de uma casa branca numa onda de carinho...
Como uma janela veneziana verde aberta para a noite estrelada de Cruzeiro do Sul em comunicação direta com a paisagem em preto e branco que ele lhe ensinou a colorir...
Como a exuberância do Lago Negro em ruidoso silêncio depois de uma chuvarada inteira...
Pôs bueno...
Não fique triste, embora com o coração cortado pela lâmina cruel da separação...
Fazer o quê?
Ele tem que ir embora...
Mas ficarão suas frases, seus longos silêncios, seus conselhos largos e suas justas pegadas...
Para sempre...
Jorge Schweitzer
PS: Ontem recuperei mais este texto que fiz para uma amiga quando seu pai faleceu.. O Lago Negro citado fica em Gramado, onde ela mora, assim como suas referências da casa branca citada e do vento Minuano... Paralelo Trinta é a linha demarcatória que passa acima da região... Ah! Sim... A moça é feliz proprietária de uma aeronave, razão pela qual sempre brinquei por aqui que mulher tem que ser e ter avião...
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