sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Faixa no Parque União avisa que não haverá mais venda de crack



Faixa anuncia proibição da venda de crack na Favela Parque União 

O Dia 

Rio - Um dia após menino de 10 anos — que frequentava a cracolândia do Parque União — morrer atropelado na Avenida Brasil, faixa estendida num acesso à favela, no Complexo da Maré, anunciava que ‘não há mais venda de crack’ na comunidade carente. 

O aviso, que teria sido feito por traficantes, não afastou dezenas de viciados, que continuavam aglomerados às margens da via expressa, nesta sexta-feira. 

Sob efeito da droga, muitos atravessavam as pistas em meio aos carros, alheios aos perigos. 

Para a delegada Valéria Aragão, da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), a faixa é uma tentativa dos criminosos de evitar operações policiais. 

“Isso é recado de traficante, mas o tráfico não tem palavra. Sabemos que a região é uma área para onde muitos criminosos estão migrando, e a venda de drogas está cada vez maior. As operações vão continuar”, prometeu Valéria. 

Na quinta-feira, Rafael Felipe Ribeiro foi atropelado quando tentava fugir de operação da Secretaria Municipal de Assistência Social na cracolândia do Parque União. Policiais da 21ª DP (Bonsucesso) ainda estão à procura do motorista e também investigam quem pendurou a faixa. 

Eles estão analisando imagens que possam identificar o atropelador, que fugiu. 

 Além de colocar as próprias vidas em risco, usuários de crack têm causado transtornos aos motoristas que passam pela Avenida Brasil. 

O medo de atropelar um deles, como aconteceu com Rafael, é constante. “Isso já aconteceu comigo umas quatro vezes. Só não atropelei porque desviei. A noite é pior porque há pouca visibilidade”, reclamou o estudante de Letras Sergio D’Amico. 

 O motorista Clemildo Galvão, 51, mudou de trajeto após ver um motorista ser atacado por viciados em crack. 

“Eles cruzam na frente do carro. Uma vez, vi que jogaram pedra em um carro que vinha atrás. Ouvi o barulho e pensei que fosse no meu, mas não parei por medo. Passei a andar pela Linha Vermelha”. 

Rafael não foi o primeiro frequentador da cracolândia a morrer atropelado na Avenida Brasil. 

Em novembro, Joaquim de Sousa Camelo, 35, também morreu ao ser atingido por veículo na altura do Parque União.

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