terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Capacidade lotação máxima da boate Kiss: 691 pessoas




Boate Kiss recebeu mais clientes que o permitido no dia do incêndio 

REYNALDO TUROLLO JR. 
ENVIADO ESPECIAL A SANTA MARIA 
Folha SP

A casa noturna Kiss, em Santa Maria (RS), onde 231 pessoas morreram em um incêndio no domingo, estava autorizada a receber até 691 pessoas, informou o comando do Corpo de Bombeiros gaúcho. 

Naquele dia, abrigava entre 900 e 1.000, segundo a polícia. 

O plano de segurança da casa, que estava vencido, também não previa o uso de fogos em seu interior. Um dos pontos de investigação é que a superlotação tenha impedido uma saída rápida do prédio, expondo por muito tempo as vítimas à fumaça. 

Elas morreram por asfixia ou intoxicação. 

A casa não possuía portas de emergência, o que não é uma obrigação, desde que respeite o limite estabelecido em seu plano de segurança. 

"A norma brasileira 9077 [que dispõe sobre saídas de emergência] diz que a saída deve ser adequada ao número de pessoas autorizadas no local. Para aquele número, 691 pessoas, aquela abertura era suficiente", disse à Folha o comandante do Corpo de Bombeiros do RS, coronel Guido Pedroso de Melo. 

A porta tem cerca de 4 m de largura. 

Anteontem, o delegado Sandro Meiners disse que ela era "pequena" para um local com aquele público. 

 Os bombeiros são responsáveis por aprovar o plano de segurança. 

O da Kiss expirou em agosto - a licença da prefeitura também estava vencida.

"Fizemos vistoria assim que o alvará expirou e verificamos que os itens mínimos de segurança --iluminação e sinalização de emergência, além dos extintores-- estavam em dia", afirmou o coronel. 


Os donos da Kiss já haviam solicitado renovação. 

"A lei diz que, enquanto está em andamento a renovação, não há motivo para interditar o local se ele tem [equipamentos de] prevenção. E ele tinha." 

No entanto, diz ele, para usar artefatos pirotécnicos seria preciso pedir permissão aos bombeiros, com a apresentação do projeto de prevenção de incêndio específico. 

Segundo a polícia, o fogo começou quando um integrante da banda ergueu um artefato chamado de "vela fria", uma espécie de sinalizador. 

Faíscas atingiram o teto, revestido de espuma para isolamento acústico - material inflamável, conforme os bombeiros -, iniciando as chamas. 

Anteontem, um segurança da casa e o guitarrista da banda afirmaram à Folha que tentaram conter as chamas, mas os extintores não funcionaram. 

 O coronel disse que, na vistoria em 2012, os bombeiros se certificaram de que os extintores estavam dentro do prazo de validade. 

"Pode ter sido a maneira que ele foi manuseado no momento de pânico. A perícia vai dizer se a validade e a carga estavam em dia." 

Questionados sobre a superlotação, os advogados da boate não se manifestaram.




3 comentários:

  1. Pode ser que as vítimas foram mortas pela inalação de acido cianídrico (HCN), gerado pela queima de poliuretano presente no teto da boite. A sua capacidade de envenenamento é superior a do CO2 em incêndios e permite imobilizar a vítima em curto tempo, pois inibe a respiração celular. Acido cianídrico, para quem não sabe, era a composição do tristemente célebre "Ziklon B", usado em Auschwitz. A ABNT, INMETRO e o CREA devem avaliar esses materiais usados em proteção acústica com urgência.

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  2. Agora leiam o que diz a notícia:

    "A Prefeitura de Santa Maria pretende desapropriar o prédio onde funcionava a boate Kiss para construir um memorial em homenagem às vítimas do incêndio."

    NA HORA DE FISCALIZAR, esses CORRUPTOS DA PREFEITURA não fazem absolutamente nada, mas na hora do festival de hipocrisia querem fazer memorial às vítimas!!!????? É revoltante!

    As 234 pessoas foram ASSASSINADAS, essa é a verdade. Assassinadas pelos corruptos, pelos safados, pelos irresponsáveis, pelos que mantém o "jeitinho" sujo e criminoso de fazer as coisas nesse país.

    Otávio

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  3. Acabo de ler do UOL:
    "A boate Kiss em Santa Maria (RS), onde 234 jovens morreram após um incêndio na madrugada de domingo (27), nunca deveria ter aberto as portas. Um decreto estadual de 1998, válido em todo o território do Rio Grande do Sul, obriga casas noturnas construídas em casas térreas a terem ao menos duas saídas, sendo uma de emergência, em lados opostos do imóvel. O estabelecimento tinha apenas uma porta que funcionava como entrada e saída, o que dificultou a saída dos clientes quando o fogo começou e obrigou os bombeiros a abrirem um buraco na parede externa para auxiliar no salvamento."

    REPITO: ESSES JOVENS FORAM ASSASSINADOS PELOS CRIMINOSOS QUE OPERAVAM ESSA CASA NOTURNA.
    Qual será a punição desses bandidos sabendo que VIVEMOS NUM PAÍS DE CORRUPTOS onde basta ter um bom advogado $$$ e ser amigo de algum político safado PARA QUE NUNCA ter qualquer problema com a justiça.

    EU DUVIDO QUE OS RESPONSÁVEIS POR ESSE ASSASSINATO IRÃO REALMENTE PRA CADEIA. DUVIDO!!

    Otávio

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