segunda-feira, 25 de julho de 2011

Vídeo da entrevista da camareira Nafissatou Diallo à Newsweek

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Camareira que denunciou DSK rompe silêncio à imprensa
Em sua primeira entrevista, Nissatou Diallo quer corrigir imagem de 'prostituta'

Nissatou Diallo, de 32 anos, rompeu seu silêncio em uma extensa entrevista à revista Newsweek (François Guillot / AFP)

A jovem detalha como ele a obrigou a manter sexo oral enquanto a agarrava tão forte que lhe deixou marcas no corpo e lhe causou uma lesão parcial de um ligamento no ombro esquerdo

A camareira que acusou de abuso sexual o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, confessou neste domingo se sentir magoada com aqueles que disseram que ela era uma "prostituta" - e lamentou que em poucas horas passou de vítima a acusada.

Nissatou Diallo, de 32 anos, rompeu seu silêncio em uma extensa entrevista à revista Newsweek por querer corrigir a imagem errada que os meios de comunicação fizeram dela. "Por culpa dele (Dominique Strauss-Kahn) me chamam de prostituta. Quero que ele vá para a prisão. Quero que saiba que há alguns lugares nos quais não pode usar seu poder, nem seu dinheiro", disse ela.

A mulher também deverá aparecer no programa Good Morning America na manhã desta segunda-feira. A entrevista ocorrerá exatamente uma semana antes de Strauss-Kahn voltar à corte em Nova York para a segunda audiência sobre as sete denúncias de tentativa de estupro e agressão sexual.

Relato - A imigrante guineana conta que foi agredida quando trabalhava como faxineira em um hotel de Nova York. Segundo seu relato, após perguntar se havia alguém e não obter resposta, entrou para limpar um quarto que achava que estava vazio. Então, apareceu Strauss-Kahn nu, que se dirigiu em sua direção. Diallo pediu desculpas e se apressou para ir embora, mas Strauss-Kahn teria tentado agarrar seus seios, bloqueado sua passagem e a empurrado para a cama.

A mulher tentou dissuadir Strauss-Kahn dizendo que seu supervisor estava na porta, mas, segundo ela, o homem disse que não havia ninguém lá fora e ninguém iria escutar. A jovem detalha como ele a obrigou a manter sexo oral enquanto a agarrava tão forte, que lhe deixou marcas no corpo e lhe causou uma lesão parcial de um ligamento no ombro esquerdo, comprovada no relatório médico. Em repetidas ocasiões diz que temia perder seu trabalho, e não sabia o que fazer. Finalmente, contou a seu supervisor e chamou a polícia.

Nissatou assegura que não sabia quem era aquele homem e quando no dia seguinte viu nas notícias que se tratava do futuro candidato à presidência da França pensou: "agora todo mundo vai dizer de tudo sobre mim". Strauss-Kahn não contou a versão dos fatos, mas, segundo disse à revista um de seus advogados, William Taylor, está tentando pressionar os promotores com este "teatro".

Viúva, mãe de uma menina adolescente e analfabeta, ela conta que foi estuprada por dois militares em seu país e que solicitou o asilo político nos EUA, porque quando era menina sofreu a ablação - a mutilação parcial dos genitais. As condições nas quais chegou ao país como imigrante, um possível passado como prostituta, sua relação com um homem de Serra Leoa "ao qual considerava amigo", preso por causa de drogas, levantaram todo tipo de comentários e suspeitas contra ela.

A Promotoria assinalou, além disso, que a mulher mentiu durante a investigação sobre o ocorrido imediatamente depois do incidente no hotel Sofitel, já que segundo um escrito judicial reconheceu que tinha acrescentado algumas coisas a seu testemunho. Mas ela defende que manteve seu testemunho todo o tempo. "Contei a vocês o que este homem me fez. Nunca mudei".

Caso - Strauss-Kahn, um político francês que chegou a ser um grande aspirante a converter-se no próximo presidente de França, nega todas as acusações em relação ao incidente do dia 14 de maio na luxuosa suíte do hotel Sofitel. Aos 62 anos, foi detido quando ia tomar um avião rumo à França, após ser acusado de sete delitos relacionados com essas acusações, foi-lhe imposta uma multa e a prisão domiciliar em condições restritivas.

Desde o dia 1º de julho, no entanto, se encontra em liberdade condicional sem fiança, depois que a Promotoria de Manhattan divulgou que em sua investigação tinha encontrado elementos que debilitavam o que a litigante disse. Naquele dia, o juiz determinou que fosse liberado, devolvida sua fiança de um milhão de dólares e o aval bancário por outros cinco que depositou algumas semanas antes para sair da prisão nova-iorquina de Rikers Island.

Os advogados de Strauss-Kahn acusam Nissatou de tentar "inflamar a opinião pública" com estas entrevistas e criticaram os advogados da acusadora. "Este comportamento por parte dos advogados não é profissional e viola as regras fundamentais do comportamento profissional dos advogados", afirmaram em um comunicado. "O objetivo evidente deste comportamento é inflamar a opinião pública contra o acusado no caso penal em curso", disseram.

Um comentário:

  1. Maceió,26/07/11


    O que a camareira guineana deve-
    ria fazer´,era ser alfabetizada em
    inglês.E após,aprender uma profis-
    são.

    Adriel Batista Correia De Melo.

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