quarta-feira, 20 de julho de 2011

O pai filho da outra e o Cálice tinto de Sangue...

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Meu grande amigo Cel Moura esteve em meio do fogo cerrado na 2a. Guerra na Itália...

Comandou o pelotão de reconhecimento que identificava minas terrestres e focos de inimigos antecedendo avanço de tanques, caminhões, jeeps e artilharia...

Era o trabalho mais arriscado que incluia incontáveis baixas de seus comandados que jamais deixou de resgatar os corpos e prestar funeral...

Os tratava como filhos...

Em uma das primeiras operações um soldado teve as pernas explodidas por mina ficando o tronco...

Esvaindo-se em choque e seus soldados paralizados com a cena...

Ministrou morfina para uma morte sem dor...

Quando um de seus soldados entrava em panico tomava seu lugar na missão...

Certa vez comentávamos sobre matar semelhante que não em guerra...

Lembramos do pintor gaúcho Ibere Camargo que atirou num sujeito que estava espancando uma mulher em Ipanema...

Ibere se apresentou na delegacia tendo o braço sobre o ombro de ninguém menos do que o Brigadeiro Eduardo Gomes que assumiu postura corajosa...

Iberê tomou atitude de homem o tempo todo...

Nenhum de nós poderia ver alguém subjugado covardemente e se eximir...

A mídia trucidou Iberê Camargo...

Ibere refugiu-se na culpa...

Todo e qualquer homem de bem que passa por incidente que envolva matar semelhante carregará para sempre a marca do inevitável...

Menos os psicopatas...

Estes continuam desafiando a comoção social e debochando da dor alheia acreditando que jamais cruzarão por um Iberê que irá esfacelar seus crânios na calçada...

Mesmo que tenham assassinado seus próprios filhos de cinco anos de idade...

Mesmo que a criança tenha dado seu último suspiro no Dia dos Pais providenciado por este filho da outra...

Mesmo que o despudor nos permita ver emergir novamente o monstro da lagoa empunhando sua carteira 'sabe com quem está falando"...

Mesmo que de muito gorda a rotunda porca já não anda haveremos de empurrá-la aos portais devidos...

Os faremos beber o fel que tentaram nos oferendar no cálice tinto de Sangue..


Jorge Schweitzer

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Um comentário:

  1. Por falar em chico...
    Abçs Jorge;


    Chico,
    Confesso que fiquei chocado ao vê-lo desfilar
    na passarela da Dilma, cantarolando como se
    estivesse a defenderuma causa justa, honesta e
    patriótica.
    Logo você, Chico, que ganhou tanto dinheiro
    encantando a juventude da década de 1970
    com parolas em prosa e verso sobre liberdade
    e moralidade. Percebo que aquilo que você
    chamava de ditadura foi,na verdade, o grande
    negócio da sua vida. Afinal, você estava à toa na
    vida. Você deveria agradecer aos militares por
    tudo o que te fizeram, porque poucos, muito
    poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões
    em forma de música e poesia como você.
    Estou agora fazendo essa regressão, após vê-lo claudicante como A Mulher de Aníbal no palanque
    do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber
    o seu constrangimento, a sua voz trêmula e pusilânime,
    certamente sendo acusado pela sua consciência de
    que estava naquele momento avalizando, endossando
    todas as condutas deste governo trêfego e corrupto.
    Nunca, jamais imaginei, Chico, que você pudesse
    se prestar a isso algum dia.
    Mas é possível antever que apesar de todos vocês,
    amanhã há de ser outro dia.
    Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento,
    vamos cobrar com juros. Juro!
    Você, como avalista, vai acabar tendo que pagar
    dobrado cada lágrima rolada.
    Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir
    antes do que você pensa. Não sei como você vai
    se explicar vendo o céu clarear, de repente,
    impunemente. Não sei como você vai abafar o
    nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de
    vocês, Chico, amanhã há de ser outro dia.
    Estamos sofrendo por ter que beber essa bebida
    amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que
    afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você,
    logo você, brindando e festejando com todos eles,
    só nos resta ficar cantando coisas de amor e
    olhando essa banda passar. E pedir que passe logo,
    porque apesar de vocês amanhã há de ser outro dia.
    Estamos todos cada qual no seu canto, e em cada
    canto há uma dor, por conta daquela cachaça de
    graça que a gente tem que engolir (lembra ?),
    ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que
    tossir.
    Só espero, Chico, que as músicas que você venha
    a compor em parceria com os seus amigos prosélitos
    de palanque não falem mais de amor, liberdade,
    moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente nas suas letras agora mortas de
    tristeza e dor.
    Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino
    agora desnudo. Componha,iluda, dance e se alegre
    com todos eles, ganhe lá o seu dinheiro, entre na
    roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde preferir -
    mas não iluda mais os nossos jovens com suas músicas, simbolizadas hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro.
    (assinado) Seu Vizinho ao Lado.....
    Enviado por Sandra Fiore

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