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Meu grande amigo Cel Moura esteve em meio do fogo cerrado na 2a. Guerra na Itália...
Comandou o pelotão de reconhecimento que identificava minas terrestres e focos de inimigos antecedendo avanço de tanques, caminhões, jeeps e artilharia...
Era o trabalho mais arriscado que incluia incontáveis baixas de seus comandados que jamais deixou de resgatar os corpos e prestar funeral...
Os tratava como filhos...
Em uma das primeiras operações um soldado teve as pernas explodidas por mina ficando o tronco...
Esvaindo-se em choque e seus soldados paralizados com a cena...
Ministrou morfina para uma morte sem dor...
Quando um de seus soldados entrava em panico tomava seu lugar na missão...
Certa vez comentávamos sobre matar semelhante que não em guerra...
Lembramos do pintor gaúcho Ibere Camargo que atirou num sujeito que estava espancando uma mulher em Ipanema...
Ibere se apresentou na delegacia tendo o braço sobre o ombro de ninguém menos do que o Brigadeiro Eduardo Gomes que assumiu postura corajosa...
Iberê tomou atitude de homem o tempo todo...
Nenhum de nós poderia ver alguém subjugado covardemente e se eximir...
A mídia trucidou Iberê Camargo...
Ibere refugiu-se na culpa...
Todo e qualquer homem de bem que passa por incidente que envolva matar semelhante carregará para sempre a marca do inevitável...
Menos os psicopatas...
Estes continuam desafiando a comoção social e debochando da dor alheia acreditando que jamais cruzarão por um Iberê que irá esfacelar seus crânios na calçada...
Mesmo que tenham assassinado seus próprios filhos de cinco anos de idade...
Mesmo que a criança tenha dado seu último suspiro no Dia dos Pais providenciado por este filho da outra...
Mesmo que o despudor nos permita ver emergir novamente o monstro da lagoa empunhando sua carteira 'sabe com quem está falando"...
Mesmo que de muito gorda a rotunda porca já não anda haveremos de empurrá-la aos portais devidos...
Os faremos beber o fel que tentaram nos oferendar no cálice tinto de Sangue..
Jorge Schweitzer
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quarta-feira, 20 de julho de 2011
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Por falar em chico...
ResponderExcluirAbçs Jorge;
Chico,
Confesso que fiquei chocado ao vê-lo desfilar
na passarela da Dilma, cantarolando como se
estivesse a defenderuma causa justa, honesta e
patriótica.
Logo você, Chico, que ganhou tanto dinheiro
encantando a juventude da década de 1970
com parolas em prosa e verso sobre liberdade
e moralidade. Percebo que aquilo que você
chamava de ditadura foi,na verdade, o grande
negócio da sua vida. Afinal, você estava à toa na
vida. Você deveria agradecer aos militares por
tudo o que te fizeram, porque poucos, muito
poucos, ganharam tanto dinheiro vendendo ilusões
em forma de música e poesia como você.
Estou agora fazendo essa regressão, após vê-lo claudicante como A Mulher de Aníbal no palanque
do Lula e da Dilma. Claro que deu para perceber
o seu constrangimento, a sua voz trêmula e pusilânime,
certamente sendo acusado pela sua consciência de
que estava naquele momento avalizando, endossando
todas as condutas deste governo trêfego e corrupto.
Nunca, jamais imaginei, Chico, que você pudesse
se prestar a isso algum dia.
Mas é possível antever que apesar de todos vocês,
amanhã há de ser outro dia.
Quando chegar o momento, esse nosso sofrimento,
vamos cobrar com juros. Juro!
Você, como avalista, vai acabar tendo que pagar
dobrado cada lágrima rolada.
Você vai se amargar, Chico, e esse dia há de vir
antes do que você pensa. Não sei como você vai
se explicar vendo o céu clarear, de repente,
impunemente. Não sei como você vai abafar o
nosso coro a cantar, na sua frente. Apesar de
vocês, Chico, amanhã há de ser outro dia.
Estamos sofrendo por ter que beber essa bebida
amarga, dura de tragar. Temos pedido ao Pai que
afaste de nós esse cálice, mas quando vemos você,
logo você, brindando e festejando com todos eles,
só nos resta ficar cantando coisas de amor e
olhando essa banda passar. E pedir que passe logo,
porque apesar de vocês amanhã há de ser outro dia.
Estamos todos cada qual no seu canto, e em cada
canto há uma dor, por conta daquela cachaça de
graça que a gente tem que engolir (lembra ?),
ou a fumaça e a desgraça que a gente tem que
tossir.
Só espero, Chico, que as músicas que você venha
a compor em parceria com os seus amigos prosélitos
de palanque não falem mais de amor, liberdade,
moralidade e ética - essas coisas que você embutia disfarçadamente nas suas letras agora mortas de
tristeza e dor.
Não fale mais disso - não ficará bem no seu figurino
agora desnudo. Componha,iluda, dance e se alegre
com todos eles, ganhe lá o seu dinheiro, entre na
roda e coloque tudo na sua cueca - ou onde preferir -
mas não iluda mais os nossos jovens com suas músicas, simbolizadas hoje apenas na sua gloriosa A Volta do Malandro.
(assinado) Seu Vizinho ao Lado.....
Enviado por Sandra Fiore