ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO
Traição, sequestro, dinheiro e obras de arte. Esses ingredientes de trama policial fazem parte de uma apuração da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo contra dois policiais investigados por receber um 'prêmio' de R$ 100 mil por supostamente solucionar um crime.
Em outubro de 2009, Maisa Rodrigues Arantes, mulher de Valter Arantes, 67, pecuarista e presidente da Fundação Hilda Arantes, foi sequestrada na avenida Brasil, uma das mais movimentadas da zona oeste de São Paulo.
Colocada num caixote e levada em uma perua Kombi, Maisa escapou dos criminosos horas depois.
Indignado, o pecuarista passou a receber ajuda dos investigadores Marcello Natalle e Silvio Teixeira Garcia para achar os criminosos.
A irmã do policial Natalle trabalhava para a família Arantes e o apresentou ao pecuarista com a finalidade de que ele e seu amigo Garcia fizessem segurança privada.
Natalle também foi recomendado ao pecuarista por Evandro Luiz Tavares, dono de uma empresa de transporte e guardadora de móveis que lhe prestava serviços.
Para surpresa da família Arantes, meses depois de começar a investigar o sequestro de Maisa, Natalle e Garcia conseguiram fazer com que Tavares confessasse ter sido o mentor do sequestro.
"O Evandro era de minha confiança e foi uma das duas pessoas que deram aval para contratar os serviços de segurança dos policiais Marcello e Silvio", disse o pecuarista.
"Como havia oferecido [de formal informal] R$ 1 milhão para quem solucionasse o sequestro, e os dois policiais civis sabiam disso, resolvi dar R$ 50 mil para cada um deles", continuou.
Assim que a Corregedoria passou a investigar o 'prêmio' de R$ 100 mil aos investigadores, Arantes disse à polícia que Tavares (hoje procurado pelo sequestro) havia vendido para ele, por R$ 22 mil, sete quadro roubados.
Eram quatro do argentino Hector Julio Páride Bernabó, o Carybé; dois do italiano Inos Corradin; e um do também italiano Dario Mecatti. As obras foram apreendidas.
OUTRO LADO
O advogado Francisco Lobo da Costa Ruiz, defensor dos policiais Marcello Natalle e Silvio Teixeira Garcia, afirmou que eles não têm relação com os crimes atribuídos a Evandro Luiz Tavares.
"Os policiais têm uma empresa legalizada, que não fere o regimento da polícia. Prestavam um serviço para o senhor que os premiou com os R$ 100 mil. Eles não exigiram nada", disse Ruiz.
"Eles não têm relação com a venda dos sete quadros. Prova disso é que eles trabalham até hoje", continuou.
Délio Montressor, chefe da Corregedoria da Polícia Civil, informou que 'os antecedentes funcionais dos policiais são assuntos "interna corporis". "Por isso, a Corregedoria não pode fornecê-los e isso só ocorre em situação específica e desde que não prejudique os envolvidos."
DE SÃO PAULO
Traição, sequestro, dinheiro e obras de arte. Esses ingredientes de trama policial fazem parte de uma apuração da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo contra dois policiais investigados por receber um 'prêmio' de R$ 100 mil por supostamente solucionar um crime.
Em outubro de 2009, Maisa Rodrigues Arantes, mulher de Valter Arantes, 67, pecuarista e presidente da Fundação Hilda Arantes, foi sequestrada na avenida Brasil, uma das mais movimentadas da zona oeste de São Paulo.
Colocada num caixote e levada em uma perua Kombi, Maisa escapou dos criminosos horas depois.
Indignado, o pecuarista passou a receber ajuda dos investigadores Marcello Natalle e Silvio Teixeira Garcia para achar os criminosos.
A irmã do policial Natalle trabalhava para a família Arantes e o apresentou ao pecuarista com a finalidade de que ele e seu amigo Garcia fizessem segurança privada.
Natalle também foi recomendado ao pecuarista por Evandro Luiz Tavares, dono de uma empresa de transporte e guardadora de móveis que lhe prestava serviços.
Para surpresa da família Arantes, meses depois de começar a investigar o sequestro de Maisa, Natalle e Garcia conseguiram fazer com que Tavares confessasse ter sido o mentor do sequestro.
"O Evandro era de minha confiança e foi uma das duas pessoas que deram aval para contratar os serviços de segurança dos policiais Marcello e Silvio", disse o pecuarista.
"Como havia oferecido [de formal informal] R$ 1 milhão para quem solucionasse o sequestro, e os dois policiais civis sabiam disso, resolvi dar R$ 50 mil para cada um deles", continuou.
Assim que a Corregedoria passou a investigar o 'prêmio' de R$ 100 mil aos investigadores, Arantes disse à polícia que Tavares (hoje procurado pelo sequestro) havia vendido para ele, por R$ 22 mil, sete quadro roubados.
Eram quatro do argentino Hector Julio Páride Bernabó, o Carybé; dois do italiano Inos Corradin; e um do também italiano Dario Mecatti. As obras foram apreendidas.
OUTRO LADO
O advogado Francisco Lobo da Costa Ruiz, defensor dos policiais Marcello Natalle e Silvio Teixeira Garcia, afirmou que eles não têm relação com os crimes atribuídos a Evandro Luiz Tavares.
"Os policiais têm uma empresa legalizada, que não fere o regimento da polícia. Prestavam um serviço para o senhor que os premiou com os R$ 100 mil. Eles não exigiram nada", disse Ruiz.
"Eles não têm relação com a venda dos sete quadros. Prova disso é que eles trabalham até hoje", continuou.
Délio Montressor, chefe da Corregedoria da Polícia Civil, informou que 'os antecedentes funcionais dos policiais são assuntos "interna corporis". "Por isso, a Corregedoria não pode fornecê-los e isso só ocorre em situação específica e desde que não prejudique os envolvidos."
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