quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Ato em Mémória de Márcia Calixto e seu filho Matheus no Centro de Porto Alegre
Ato em memória de Márcia e do filho reúne cerca de 100 pessoas no centro da Capital
Familiares, colegas e amigos buscaram alertar população a respeito da violência doméstica
A manifestação ocorreu entre as 12h e as 13h desta quarta-feira, no Paço Municipal, centro de Porto Alegre Foto: Júlia Otero / Agência RBS
Ao meio dia e meio, o Centro de Porto Alegre borbulhava. Na esquina democrática, um megafone gritava contra as injustiças sociais em uma manifestação política. Duas quadras abaixo, no Paço Municipal, outro protesto, com cerca de 100 pessoas, praticamente silenciava. Era o murmúrio de pessoas vestidas de branco, zelando pela morte de Márcia Calixto Carnetti, 39 anos, e de seu filho Matheus. Eles criticavam a triste causa da tragédia: violência doméstica. Para contestar a agressão, familiares e colegas de trabalho da mulher supostamente morta pelo marido respondiam com a fragilidade e a delicadeza de flores.
— Flor é planta, cresce, tem vida. Nós sabemos que com isso nossa Márcia não vai voltar a viver, mas pode evitar que outras mulheres morram — falava cheia de simbolismo a amiga e colega Rosane Gralha.
As mudas de plantas coloridas — vermelho, amarelo, roxo, laranja — contrastavam com as camisetas brancas encomendadas por colegas da prefeitura. Na veste, uma foto das duas vítimas com os dizeres: "Paz para Márcia e Matheus" e nas costas "Respeito! Justiça!". A concepção da mensagem surgiu no velório na sexta-feira. Segunda, os colegas da enfermeira na Secretaria Municipal de Saúde da Capital recolheram R$ 10 de cada para confeccionar 200 camisetas.
A ideia agora é "canalizar a indignação para algo construtivo", como define uma das organizadoras do evento, Márcia Silva. Ela explica que o mesmo grupo irá comparecer de novo em massa no Largo Glênio Peres, na próxima quarta-feira, ao meio dia, para reivindicar a Lei Maria da Penha, que completa seis anos na semana que vem. Outra amiga e organizadora convoca a população:
— Nesse dia, tragam fotos dos seus mortos. Precisamos avisar a sociedade que não são poucos. São muitos. Muitas. São mulheres. E não objetos — desabafa Maria de Fátima de Bem.
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