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Policiais militares prestam depoimento sobre sumiço de Juan
Onze policiais estão na Divisão de Homicídios.
Disque-Denúncia já recebeu mais de 30 informações sobre o menino.
Tássia Thum
Do G1 RJ
Onze policiais militares estão na tarde desta terça-feira (5) na Divisão de Homicídios de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para serem ouvidos sobre o sumiço do menino Juan Moraes, de 11 anos. Ele está desaparecido desde o dia 20 de junho, após uma operação policial do 20º BPM (Mesquita) na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Barbosa, está colhendo o depoimento dos quatro policiais que participaram do confronto e de outros sete que estavam a dois quilômetros do local da operação. O objetivo da polícia é saber se os agentes estão envolvidos no desaparecimento do menino.
Os quatro policiais que estavam na operação foram afastados das ruas. Segundo a polícia, os 11 policiais estavam em cinco viaturas do batalhão que já foram periciadas pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Os dados de GPS dos cinco carros já estão com a Polícia Civil.
Juan está desaparecido desde o dia 20 de junho
(Foto: Reprodução/ TV Globo)Juan, o irmão dele, Wesley, de 14 anos, e o jovem Wanderson dos Santos de Assis, de 19, foram baleados durante a troca de tiros. Juan vinha da casa de um amigo com o irmão quando ocorreu o confronto. A caminho de casa, os meninos precisavam cruzar um caminho entre os muros altos de duas casas, quando foram atingidos.
Disque-Denúncia recebeu 37 ligações sobre Juan
Após o lançamento do cartaz sobre o desaparecimento de Juan, o Disque-Denúncia já recebeu 37 ligações com informações que possam levar ao paradeiro do menino ou que digam o que aconteceu com ele até as 10h desta terça-feira (5).
Por causa das chuvas, as buscas pelo menino, comandada pelo 20º BPM, foram suspensas no último domingo (3) e ainda não foram retomadas. Segundo a assessoria da PM, as chuvas dificultam o faro dos cães, mas a operação será retomada assim que o tempo melhorar, inclusive no local onde a criança foi vista pela última vez.
Testemunhas
Por telefone em entrevista ao Fantástico, Wanderson contou que viu quando Juan foi alvejado: “O pequenininho passou na minha frente. E assim que a gente saiu, chegou no finalzinho do beco, aí começou o tiroteio. Eles começaram a atirar. Muito tiro. Aí ele foi baleado, eu tomei três tiros. Eu vi quando ele tomou o tiro. Ele estava na minha frente, então eu vi. As balas vinham de uma direção só”, disse.
Wanderson teve alta na segunda-feira (4) e, assim como a família de Juan, foi incluído no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas.
Em depoimento, Wesley disse que tomou um tiro no pé e também viu o irmão caído, ensanguentado. Ele contou que tentou ajudá-lo, mas recebeu outro tiro, dessa vez no ombro. Então, ele se arrastou para fora do beco. Foi o último momento em que Juan foi visto com vida.
Os PMs disseram que foram ao local por causa de uma denúncia da presença de traficantes feita pelo serviço 190. A chamada registrada na central é de 20h54, portanto, depois de os três já terem sido baleados. A gravação não foi divulgada pela polícia.
Registro na delegacia
No registro de ocorrência feito na delegacia, à 1h44, os PMs apresentaram uma arma e drogas como sendo de Wanderson e apontaram Wesley como menor infrator. Mas, 45 minutos depois, mudaram o depoimento: Wesley passou de infrator a testemunha. Wanderson ficou cinco dias algemado à cama, até ter a prisão relaxada pelo juiz.
Perícia
A perícia no local onde o menino foi visto pela última vez só foi feita oito dias após o desaparecimento de Juan. Foram recolhidos um chinelo que Juan usava e cápsulas de fuzil, no beco onde houve o tiroteio.
PS: Chegou a hora da Lei cortar na própria carne! Só assim evita-se próximas covardias. JS
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terça-feira, 5 de julho de 2011
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