terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Somos todos Charlie Hebdo?




O periódico Charlie Hebdo retorna nesta quarta feira com  charge na capa de Maomé segurando uma placa 'Je suis Charlie' e a chamada de 'tudo será perdoado'...

Imprimirão 3 milhões de exemplares e se fossem seis igualmente se esgotariam...

Agora, aguardemos que eles tenham o bom senso de não partirem para o escárnio, deboche e ridicularização da figura de Maomé apenas e tão somente a gerarem uma nova dupla de doidos suicidas em próxima tragédia...

O jornal Charlie Hebdo se tratava de um folhetim deficitário - imprimiam 60 mil exemplares e conseguiam vender apenas 30 mil - que adentrou patamar diferenciado e milionário às custas de cadáveres perfeitamente posicionados no cadafalso da intolerância...

Não é necessário nenhum poder premonitório a prever que novamente sofrerão represália em breve...

Atacar jihadistas e Estado Islâmico é uma estratégia perfeita retumbando com lucides o clamor mundial; levar a reboque ofensa à figura de Maomé atinge muito além do alvo deixando estilhaços e restos de pólvora no caminho...

A Marcha de Paris foi um desfile de solidariedade e repúdio a assassinatos mas não carta branca para permanência do arrojo desnecessário para provocação barata...

A próxima edição do Charlie Hebdo mostrará o talento de seus profissionais remanescentes ou apenas retratará kamikazes que usam capacete sabe-se lá para protegerem-se do que...



Jorge Schweitzer








PS: Na ilustração lá acima, reprodução da capa do Charlie Hebdo logo após a morte de Michael Jackson: 'enfim branco'...



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