segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Ironildo Motta, pai de Haissa, sobre abordagem dos PMs: ‘Verdadeiros marginais’




 

‘Verdadeiros marginais’, diz pai de Haíssa sobre policiais que participaram de abordagem a carro

Extra

Em entrevista à Rádio CBN, o pai da jovem Haíssa Motta, de 22 anos, morta por engano durante uma abordagem de policiais militares ocorrida em agosto do ano passado, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, lamentou o que classificou como “incompetência da polícia”. Ironildo Motta contou ter ficado revoltado e acusou os PMs de terem agido como “verdadeiros marginais”. Haíssa, que era assistente de telemarketing, voltava de uma casa de shows com quatro amigos quando o carro onde o grupo estava se tornou alvo de disparos. A ação foi filmada pelas câmeras instaladas na viatura e as imagens, divulgadas pela revista “Veja”.

Veja trechos da entrevista de Ironildo:

Sobre o momento em que soube que a filha havia sido baleada: “Foi triste. No dia anterior, uma sexta-feira, eu tinha conversado com ela e ela falou: ‘Pai, estou numa festa. Está bombando aqui’. Falei: ‘Vai para casa. Cuidado na rua’. Quando chegou no sábado de manhã (recebi) a triste notícia de que minha filha tinha sido alvejada por policiais. Eu fiquei revoltado, com certeza, porque tinha falado com ela na sexta-feira e no sábado... Pensei até que tinha sido uma pegadinha. Dormi tranquilo porque estava tudo bem e quando chega no sábado a triste notícia que ela tinha falecido. Até então estava pensando que era brincadeira. Depois caí na realidade que não era”.

Sobre os amigos que estavam com Haíssa no carro: “Não conversei com ninguém. Eram amigos. Todos fazem faculdade. Pessoas íntegras. Estudantes, trabalhadores. Nenhum deles é marginal. Minhas filhas também nunca se envolveram com nada errado”.

Como foi ver o vídeo: “Triste, triste. Ver a incompetência da polícia, o despreparo deles. Eles agiram como verdadeiros marginais, verdadeiros bandidos. O que acontece é que eles não souberam interceptar (o carro). Não havia necessidades de eles alvejarem. Eles mesmos não praticam a regra que eles colocam, a lei. E é a lei que nos mata. Os que têm que nos proteger, são aqueles que nos matam. Nos EUA quando há uma interceptação dessa, eles de forma alguma alvejam o outro. Aqui no nosso Brasil, não. Primeiro eles matam, para depois perguntar. Onde está a lei? Onde está a Justiça? Onde está o nosso vereador, o nosso governador, que não veem isso? Minha família está até hoje sem assistência”.

Sobre a repreensão dos PMs a amiga de Haíssa que chora por estar nervosa e pede desculpas: “Ninguém (nos pediu desculpas). Nem estado, ninguém veio até a gente. Nem para falar assim: ‘Cachorro, desculpa pela morte que nós efetuamos na sua filha’. Minha mulher está com depressão profunda. Minha caçula está debilitada. E eu estou mais fraco do que elas, mas eu tenho que me mostrar forte. A família está se unindo para suportar essa dor”.

Sobre o futuro após a divulgação do vídeo: “Eu quero justiça. Espero que seja resolvida alguma coisa. Gostaria que isso tudo fosse resolvido na justiça. Na hora de nos cobrar, o governo nos cobra. Agora é hora de nós cobrarmos o governo. Para que eles não fiquem impunes. Que paguem pelo erro deles”.



 





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