quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Charges do Brasil no dia seguinte ao ataque a revista Charlie Hebdo




Esta última charge do Zop tem a ver com a declaração de um dos cartunistas irmãos gêmeos Caruso ontem na rádio CBN falando sobre o perigo de alguém tocar em assunto que certamente removerá o ódio e a responsabilidade e bom senso da auto censura...

Curioso que no Jornal da Noite na Globo o Caruso não repetiu este discurso...

Das charges publicadas hoje no Brasil retirei as que voltavam a provocar e acirrar os ânimos religiosos radicais...

Não vejo necessidade de fomentar-se o ódio apenas como provocação e tentativa de demonstrar destemor...

Em 2005 quando um jornal dinamarquês ironizou o profeta Maomé fundamentalistas deram o troco com uma charge onde aparecia Adolf Hitler com Anne Frank na cama baforando um cigarro e perguntando para a menina se tinha sido bom para ela também...

Piada só como prazer do escárnio não faz sentido...

Seria algo como hoje os remanescentes cartunistas do Charlie Hebdo  desenharem charges com piadas sobre os cadáveres dos seus colegas executados ontem...

A liberdade deve ser exercida com responsabilidade e cada qual tem o livre arbítrio de escolher  seu manual de redação...

Patrick Pelloux, um dos colaborares do Charlie Hebdo, afirma que é estratégico continuar aproveitando o episódio e que ao invés dos 60 mil exemplares haverá próxima de edição com 1 milhão de jornais, com o que restou da equipe utilizando as instalações do Libération...

O Charlie Hebdo sequer era conhecido pela maioria dos franceses e agora se tornou uma marca forte no mundo inteiro...

Todos integrantes do Charlie Hebdo sabiam do alto risco e aguardavam para qualquer instante represália de jihadistas; um policial solitário dava a falsa impressão que serviria de proteção e foi baleado e ao clamar por sua vida foi executado...

Os atiradores entraram no prédio e subiram até o terceiro andar onde encontraram apenas costureiras onde funciona uma confecção; o que parecia ter sido planejado foi um improviso, eles desceram até o andar correto e enfileiraram os jornalistas para identificarem quais eles procuravam para matar...

A fuga foi algo inacreditável com tanta tecnologia e comunicação entre policiais que não cercaram completamente a área imediatamente...

Diferente do 11 de setembro das Torres Gêmeas, o atentando ao Charlie Hebdo parece não haver  necessitado de meses de treinamento nem perícia dos executores, a não ser para manusear armas com destreza...

O amadorismo foi tão evidente que um deles esqueceu sua carteira de identidade no banco traseiro  do Citroen CW518XV abandonado utilizado para fuga...

Que a tragédia sirva para que outras sejam evitadas...






Jorge Schweitzer







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