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Jorge,
Ontem enviei esse email para uns amigos especias.
Hoje lembrei de você, do carinho que você se refere ao seu filho, embora essas referências estejam nas entrelinhas.
Meu abraço,
Rê
Amigos especiais,
Cansada após um dia de trabalho estressante, abri minha caixa para dar uma olhada rápida nos e-mails. Esse me desperta atenção e paro para assisti-lo. Não pude deixar de lembrar emocionada o convívio com meu pai, embora ele tenha partido quando eu tinha 21 anos.Lembrar daquele homem que estudou somente o primário sem concluí-lo, mas que tinha uma cultura geral impressionante. Comprava diariamente o jornal, lia-o ao caminho do trabalho e a noite fazia as palavras cruzadas com o dicionário ao lado para consulta. Assim aprendi a usar o "pai dos burros", assim aprendi a ler jornal, pois ele dizia que precisávamos saber dos acontecimentos ao redor do mundo para sabermos conversar.Convivi pouco com ele, quando eu tinha 10 anos ele sofreu um infarto, doença que naquela época era quase fatal. Ainda conviveu com o problema cardíaco por 11 anos, mas com sérias restrições.Esse pai que mesmo doente me esperava chegar por volta das 24h da faculdade para saber como foi meu dia.Esse pai que me esperava chegar dos bailes para então trancar a porta e ir dormir.Esse pai que foi uma referência para mim no sentido de valores, de aprender a doar-me em função dos outros e de causas nobres.Esse pai que me "viciou" em coçar as minhas costas para que eu dormisse. Tenho até hoje uma coceira existencial.E se você é pai assista ao filme com carinho pensando nas várias de ser exemplo para seu filho. Caso ainda não seja pense que é desta maneira que deixamos marcas.Lembrando que: "As palavras movem, os exemplos arrastam."
Meu carinho procês.Uma filha saudosa,Rê
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