segunda-feira, 27 de junho de 2011

Juan de Moraes e Patrícia Amieiro => Desaparecidos

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O beco da comunidade Danon, em Nova Iguaçu, onde houve o tiroteio e Juan desapareceu Foto: Extra / Aline Custódio/reprodução

Nova Iguaçu: uma semana após menino desaparecer, polícia nem fez perícia no local e nas armas de PMs

Uma semana após um confronto na comunidade Danon, em Nova Iguaçu — que acabou com um menor desaparecido, dois feridos e um morto — pouco foi feito pela polícia para tentar esclarecer o que realmente aconteceu na noite do dia 20 de junho.

De acordo com o comandante do 20º BPM (Mesquita), tenente-coronel Sérgio Luiz Mendes, até agora, a 56ª DP (Comendador Soares) não solicitou a ele as armas, nem as viaturas usadas pelos PMs no dia do confronto para realização da perícia. Testemunhas que teriam visto o menino Juan de Moraes, de 11 anos, ser levado por um carro após ser atingido por tiros também não foram procuradas e ouvidas pela Polícia Civil. O celular que, segundo a mãe do garoto, estaria com ele no dia em que desapareceu ainda não foi rastreado.

Responsável pela Corregedoria Geral Unificada (CGU), que responde pelas polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros, Giuseppe Vitagliano questionou a demora na apuração dos fatos e explicou que essa lentidão pode dificultar que a verdade seja esclarecida:

— Quanto mais tempo passa, mais difícil se torna a investigação e se perde a oportunidade de chegar à verdade. Estamos acompanhando o caso, mas ainda não oficializamos nenhum procedimento para apurar. Amanhã (hoje), vou pedir o registro da ocorrência.

O corregedor-geral fez um pedido à comunidade:

— Temos que apurar, mas também é preciso que haja prova e que alguém diga alguma coisa. Essas testemunhas podem ir à Corregedoria, que vamos ouvi-las em sigilo.

Contradições no registro

Juan de Moraes, o menino desaparecido Foto: Reprodução / Cléber Júnior O registro de ocorrência do confronto que aconteceu na Danon, no último dia 20, contém uma série de contradições. Do documento, consta que Wanderson não portava arma, mas o rapaz foi reconhecido como um dos homens que atiraram contra os PMs.


Os policiais disseram, a princípio, que Wanderson estaria portando arma e um rádio transmissor. Mas, no registro de ocorrência, quem aparece com uma granada, uma pistola 9mm e um rádio transmissor é “um homem caído e que morreu a seguir”. Este, no caso, seria um menor, de 17 anos, que chegou morto ao Hospital da Posse e foi identificado pela polícia como um dos gerentes do tráfico na Danon.

O documento contém erros, como a informação de que a droga e a arma encontradas eram de um dos PMs. E tem mais: o horário da ocorrência, segundo o registro da polícia, foi às 16h30m do dia 21, terça-feira. O confronto, na verdade, aconteceu na segunda-feira, dia 20, por volta das 20h30m.

As contradições se somam à demora nas investigações. Para Paulo Storani, ex-instrutor do Bope e membro do Instituto Universitário de Políticas Públicas e Ciências Policiais, uma semana é tempo demais para que medidas importantes de uma investigação não tenham sido tomadas:

— Você acaba perdendo o momento certo para elucidar o caso.



PS: Este caso está se encaminhando para ter o mesmo desfecho do sumiço da engenheira Patrícia Amieiro... JS




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