sábado, 27 de dezembro de 2014

Qual sai mais barato para ir trabalhar: táxi ou carro próprio?


 



Custo de táxi para ir ao trabalho pode compensar o do carro próprio em SP
Consultores ouvidos pelo G1 avaliaram 4 situações diferentes.
Em distâncias maiores, veículo próprio sai mais barato, dizem analistas.


Karina Trevizan Do G1, em São Paulo



Com a proximidade do pagamento do IPVA, renovação de seguro, revisão de férias e outras despesas com que os motoristas se deparam no começo do ano, é comum que alguns se perguntem se, para o bolso, vale a pena ter um carro ou usar apenas transporte público, incluindo até o táxi na lista de meios de transporte utilizados para a ida ao trabalho.

Especialistas ouvidos pelo G1 apontam que, além da questão econômica, é preciso levar em consideração o tempo gasto em cada percurso e o conforto.

O educador financeiro Mauro Calil, especialista em investimento do Banco Ourinvest, aponta que, “se a pessoa gasta mais ou menos 10 quilômetros para ir e voltar do trabalho, a conta entre táxi e carro fica mais ou menos empatada. A partir daí, o carro próprio ganha do táxi”. Desconsiderando o táxi, Calil diz que “em qualquer conta que a gente fizer, o mais barato vai ser o transporte público.” “Na grande maioria dos casos, o conforto vai ser o segundo fator de decisão. O primeiro vai ser: ‘tenho dinheiro ou não tenho?’ Se couber no bolso da pessoa, ela vai optar pelo automóvel.”

O educador e terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro “Terapia Financeira”, concorda que a questão que faz do carro a primeira opção de muitas pessoas é o conforto. Porém, ele acredita que a tendência é de mudança. “O problema do carro é o conjunto. É preciso atenção redobrada, o estresse é muito alto. Carro não é só conforto”, analisa. “Se estou num trânsito infernal e olho ao lado o corredor de ônibus vazio, penso que poderia estar andando melhor. Tudo bem que os ônibus algumas vezes deixam a desejar, mas estão evoluindo”, pondera.

O economista Miguel Daoud, consultor da Global Financial Advisor, lembra que outro item que influencia na escolha é o tempo gasto nos deslocamentos. “À questão do conforto a gente até se adapta, mas da questão do tempo não dá para fugir muito. Se uma mãe tem dois filhos na creche que tem horário para fechar, ela tem que sair do trabalho e chegar no horário. Esses aspectos a gente tem que levar em consideração mesmo a planilha dizendo que isso ou aquilo é mais barato”, afirma.

Já economista Marcos Crivelaro, professor de finanças da FIAP, que também considerou as horas paradas no trânsito para calcular os gastos com táxi, aponta que há acréscimo de 5% a 10% no valor final da corrida, dependendo do horário. Ele diz que horários flexíveis no trabalho ou ainda atividades antes ou depois do expediente podem ajudar a reduzir os custos com locomoção. "Se chegar mais cedo, muitas vezes a pessoa consegue sair mais cedo. Muita gente consegue fazer horário de almoço reduzido e sair antes do horário de pico trânsito", diz. "Muita gente faz cursos de inglês, academia etc., deixando o trânsito baixar. Além de economizar combustível, evita o desgaste do carro." Na grande maioria dos casos, o conforto vai ser o segundo fator de decisão. O primeiro vai ser: 'tenho dinheiro ou não tenho?' - Mauro Calil, consultor financeiro

O G1 criou 4 situações para servirem de exemplo da grande variação de custos de deslocamento para o trabalho em São Paulo e pediu para os três especialistas avaliarem as despesas de cada uma.

Para o levantamento de dados, foram considerados: 22 dias de trabalho; o preço médio de estacionamento para mensalistas em São Paulo, de R$ 324,56, segundo a consultoria Colliers Internacional; a tarifa de táxi de R$ 4,10 a bandeirada e R$ 2,50 por quilômetro na bandeira 1; preço da gasolina de R$ 2,86 por litro, segundo levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo (ANP); cotações de seguros para cada uma das situações feitas pela corretora Minuto Seguros, considerando um carro popular e o perfil do motorista um homem de 35 anos e casado.

Vale lembrar que a Prefeitura de São Paulo anunciou aumento de 9,8% na tarifa dos taxis a partir do dia 6 de janeiro de 2015. Segundo Secretaria Municipal de Transportes (SMT), a bandeirada do táxi comum passará de R$ 4,10 para R$ 4,50. O km rodado subirá de R$ 2,50 para R$ 2,75 na bandeira 1.

Os preços são estimativas e/ou médias de cada órgão, podendo variar em cada caso de acordo com fatores como o valor do carro. Vale lembrar que, no caso dos seguros, o bairro de residência e o deslocamento diário estão entre os fatores que influenciam no custo.

Diferenças nas contas

Na planilha usada por Mauro Calil para fazer as estimativas, utilizada pela consultoria Academia do Dinheiro, o levantamento levou em conta o valor do carro usado pela seguradora para fazer a cotação (cerca de R$ 26 mil, de acordo com a tabela Fipe). O educador financeiro considerou 8% de depreciação anual, gasto médio de R$ 2,4 mil anuais com impostos e manutenção, entre outros fatores.


Já Reinaldo Domingos adicionou à soma do seguro mais o estacionamento o uso de 22 dias de combustível, de acordo com o total de quilômetros rodados entre o trabalho e a residência em cada situação.

Miguel Daoud considerou para os cálculos de gastos com táxi o custo de R$ 33 por cada hora de carro parado com o taxímetro ligado, lembrando que o tempo de trânsito lento encarece a corrida. O economista considerou uma média de 15 minutos para o primeiro percurso, 40 minutos para o segundo, uma hora para o terceiro e uma hora e vinte minutos para o quarto.

Marcos Crivelaro considerou 10 minutos de tempo de deslocamento para a primeira situação, 15 para a segunda, 30 para a terceira e 60 para a quarta. No entanto, ele acrescentou de 5 a 10% nos preços dos táxis por causa do trânsito. O economista aponta também que considerou que o veículo já estaria pago, e não foram inclusos gastos variáveis de manutenção e de multas.
Veja abaixo o resultado:


Situação 1
Local de trabalho: Avenida Paulista, Centro
Residência: Vila Mariana, Zona Sul
Distância: 5 km
Preço do seguro do carro: R$ 1.763,74

Consultor: Mauro Calil
- Custo mensal com carro: R$ 952,43
- Custo mensal com táxi: R$ 730,40 Consultor: Reinaldo Domingos
- Custo mensal com carro: R$ 540,61
- Custo mensal com táxi: R$ 640,20
Consultor: Miguel Daoud
- Custo mensal com carro: R$ 200
- Custo mensal com táxi: R$ 913
Consultor: Marcos Crivelaro
- Custo mensal com carro: R$ 576,66
- Custo mensal com táxi: R$ 730,40

Situação 2
Local de trabalho: Rua Quinze de Novembro, Centro
Residência: Freguesia do Ó, Zona Norte
Distância: 10 km
Preço do seguro do carro: R$ 2.200,32

Consultor: Mauro Calil
- Custo mensal com carro: R$ 1.338,61
- Custo mensal com táxi: R$ 1.280,40
Consultor: Reinaldo Domingos
- Custo mensal com carro: R$ 646,30
- Custo mensal com táxi: R$ 1.190,20
Consultor: Miguel Daoud
- Custo mensal com carro: R$ 479,60
- Custo mensal com táxi: R$ 2.068
Consultor: Marcos Crivelaro
- Custo mensal com carro: R$ 718,16
- Custo mensal com táxi: R$ 1.280,40

Situação 3
Local de trabalho: Berrini, Zona Sul
Residência: Tatuapé, Zona Leste
Distância: 20 km
Preço do seguro do carro: R$ 2.901,98

Consultor: Mauro Calil
- Custo mensal com carro: R$ 1.371,20
- Custo mensal com táxi: R$ 2.380,40
Consultor: Reinaldo Domingos
- Custo mensal com carro: R$ 880,55
- Custo mensal com táxi: R$ 2.290,20
Consultor: Miguel Daoud
- Custo mensal com carro: R$ 800
- Custo mensal com táxi: R$ 3.520
Consultor: Marcos Crivelaro
- Custo mensal com carro: R$ 986,85
- Custo mensal com táxi: R$ 2.380,40

Situação 4
Local de trabalho: Vila Olímpia, Zona Sul
Residência: Itaquera, Zona Leste
Distância: 46 km
Preço do seguro do carro: R$ 2.919,10

Consultor: Mauro Calil
- Custo mensal com carro: R$ 1.437,40
- Custo mensal com táxi: R$ 2.710,40
Consultor: Reinaldo Domingos
- Custo mensal com carro: R$ 1.209,55
- Custo mensal com táxi: R$ 5.150,20
Consultor: Miguel Daoud
- Custo mensal com carro: R$ 880
- Custo mensal com táxi: R$ 6.996
Consultor: Marcos Crivelaro
- Custo mensal com carro: R$ 1.408,81
- Custo mensal com táxi: R$ 4.580,40

Metade do percurso de carro e a outra de transporte público


Algumas pessoas tentam conciliar os preços mais baixos de ônibus, trens e metrô, cuja passagem custa R$ 3, ao conforto do carro, dividindo o percurso. É possível, por exemplo, ir de carro ou táxi até uma estação ou terminal e completar o caminho para o trabalho de transporte público.

Reinaldo Domingos aponta que a alternativa pode ser vantajosa em questão de tempo e conforto, mas não faz tanta diferença no bolso. “O problema do carro é o valor alto do seguro, do estacionamento. Se for pensar em deixar o carro no meio do caminho, só ameniza uma pequena parte do custo, que é o combustível.”

Para Miguel Daoud, usar o táxi para se dirigir até uma estação de metrô ou terminal de ônibus compensa apenas se a distância for curta. “Se a pessoa anda 8 quilômetros de táxi até o metrô, vai para o trabalho e na volta vai do metrô até em casa de táxi por mais 8 quilômetros, compensa em relação a ter um carro”, diz. “É uma alternativa para quem está disposto a trocar carro por táxi. O carro dá mais conforto, tranquilidade, segurança. Mas, dependendo de onde a pessoa vai, o táxi sai mais barato. Se ele anda pouco, é questão de conta.”




PS: Tenho ouvido constantemente que igualmente é mais barato sair para se divertir utilizando táxi no deslocamento em função até mesmo de ficar à vontade para beber igual um Renner da vida... Além do que você evita de se aborrecer com flanelinha que pode acabar com seu lazer... Falando nisso, vocês sabiam que o cantor caipira Renner estava acompanhado de um morador de rua como seu passageiro no carro que bateu no Jabaquara? ... Pois é, parece que ele resolveu sair com o guardador para trocar uma idéia... Cada uma que,  com visão dupla, parece duas... JS


 










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