quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos, estava na manicure enquanto o menino Gabriel agonizava dentro de seu automóvel de transporte escolar clandestino


 


Mãe de menino trancado em carro se diz 'inconformada com a Justiça'
Carla ficou indignada ao saber que motorista não será presa.
Segundo a polícia, Cláudia deixou a criança no carro para fazer as unhas.

Alba Valéria Mendonça Do G1 Rio

A mãe do menino Gabriel Martins de Oliveira Alves, de 2 anos, que morreu após ser deixado trancado duas horas dentro de um carro, disse estar inconformada com o caso. "Estou indignada com a justiça deste país", disse Karla Martins de Oliveira, que ficou revoltada após saber que a motorista do transporte que levava o seu filho para a creche não será presa.

Segundo a polícia, Cláudia Vidal da Silva, de 33 anos, deixou a criança no carro para fazer as unhas em um salão de beleza. O menino foi encontrado desacordado, na sexta-feira (12), depois de passar cerca de 2 horas trancado dentro de um Gol preto em Vicente de Carvalho, no Subúrbio do Rio. A criança foi socorrida, mas já teria chegado morta ao hospital.

"Tenho vergonha de ser brasileira. Como é que uma pessoa dessas tem coragem de matar uma criança, um anjo e sair andando da delegacia? Quero justiça, que ela responda legalmente pela morte do meu filho. Seria um alento para que não acontecesse com nenhuma outra mãe", disse Karla ao chegar à 27ª DP (Vicente de Carvalho), no Subúrbio do Rio, na manhã desta quarta-feira (17).

Motorista havia sido recomendada

Depois das imagens e das investigações que mostram a motorista Claudia Vidal da Silva, saindo de um salão de beleza enquanto a criança estava no carro, o delegado Felipe Curi disse que vai chamá-la para prestar novo depoimento. A data ainda não foi marcada. Ela foi indiciada por homicídio culposo – quando não há intenção de matar – e por abandono de incapaz.

Como é que uma pessoa dessas tem coragem de matar uma criança, um anjo e sair andando da delegacia?"
Karla de Oliveira,mãe de Gabriel

Karla, que chegou com o marido e o filho de 8 meses à delegacia, disse que quer muito agradecer à manicure que denunciou Claudia. "Queria muito agradecer à manicure que ajudou a desvendar esse enredo de mentiras construído por essa mulher fria e calculista. O que mais me revolta é que ela passou pela creche para ir ao salão. Não sei porque ela não deixou meu filho lá", lamentou a mãe.

Segundo a mãe, a motorista, que fazia o transporte irregularmente, foi altamente recomendada pela creche e há 8 meses fazia o transporte de Gabriel. Ela conta que não sabia que o transporte era irregular. Ela pagava R$ 80 por mês, um pouco mais caro que as outras mães.

"Deixava o meu filho no transporte porque tinha medo de dirigir até a creche com duas crianças tão pequenas no carro. Era para a segurança e o conforto do meu filho. E ela sempre tinha um adolescente que ia com ela pra que meu filho não ficasse sozinho no transporte. Mas sei que ela deixou o adolescente em casa e foi para o salão, antes de deixar meu filho na creche. Confiava nela, que é mãe de três filhos e cristã da mesma igreja da minha família e ela não teve nem a capacidade de me ligar e falar que meu filho estava no hospital. Mandou uma colega dela me contar. Estou indignada", lamentou Karla.

Motorista disse que teve mal súbito

Para a polícia, Cláudia havia dito que sofreu um mal súbito e ao recobrar a consciência percebeu que o menino estava desacordado, mas os investigadores descobriram que ela mentiu. A informação foi divulgada na terça-feira (16) pelo delegado Felipe Curi, titular da 27ª DP (Vicente de Carvalho), que investiga a morte do garoto.

Segundo a Polícia Civil, os policiais refizeram o trajeto percorrido pela motorista, coletaram imagens de câmeras de segurança e localizaram a manicure e a responsável pelo salão, comprovando que a versão dada por Cláudia é falsa. As duas confirmaram, em depoimento, que Cláudia já estava com horário marcado no salão para aquele dia. O delegado aguarda agora os resultados dos laudos da perícia para concluir o inquérito.

"Localizamos uma testemunha que realmente deu a versão verdadeira de todos os fatos, de que, na verdade, ela ia ao salão de beleza para fazer as unhas enquanto o Gabriel ficou no carro", afirmou o delegado, lembrando que também ouviu duas pessoas que ajudaram a socorrer a criança.


PS: Certamente este não é o tipo de Judiciário que almejamos para nosso infeliz país... Se uma senhora que faz transporte escolar clandestino deixa uma criança trancada dentro de seu automóvel, em dia em que a sensação térmica alcançou 50 graus centígrados, e sai para fazer as unhas e depois apresenta a criança como se fosse seu filho no hospital além de alegar que havia desmaiado ocasionando a tragédia e não acontece absolutamente nada, transparece que a Justiça perdeu a sensibilidade completamente em relação a crimes praticados contra crianças... Pô, peraí, uma criança morreu de forma absurda por desleixo de uma senhora que pratica atividade irregular e ela não vai presa?! ... Cadeia serve prá quem então? ... Esperamos urgente que os mecanismos da Lei reposicionem sua atitudes e ponham esta 'motorista-escolar' a meditar atrás das grades... Por favor... Jorge Schweitzer



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