domingo, 14 de dezembro de 2014

Tio de Gabriel Martins de Oliveira Alves da Silva, 2 anos, afirma que a motorista Claudia Vidal da Silva foi vista em Academia no momento da tragédia




Família de menino morto após ficar preso em carro contradiz versão de motorista
Tio diz que condutora fez trajeto contrário ao da creche onde a vítima estudava. Mulher alegou fatalidade

Diego Valdevino e Regiane Jesus

Rio - A família de Gabriel Martins de Oliveira Alves da Silva, de 2 anos, morto sexta-feira após passar duas horas preso em um carro fechado, reúne informações que contradizem a versão da motorista que o levava para a creche. O tio do menino, Fagner Silva, 31, disse que a condutora do transporte escolar irregular, Cláudia Vidal da Silva, 33, fez um trajeto contrário ao da creche onde o menino estudava. Além disso, no momento do acidente, Cláudia teria sido vista numa academia. À polícia, porém, a motorista alegou que foi uma fatalidade, já que desmaiou e, quando acordou, a criança estava tendo uma convulsão.


Gabriel deveria sair de casa, no Jardim América, e ir para a Creche Escola Espaço Infantil, em Irajá, mas ficou preso no carro de 10h às 12h. Para família, Claúdia esqueceu o menino no veículo. “Claro que ela não desmaiou. O trajeto não levaria mais do que 15 minutos”, disse Alessandra Martins, prima do menino, acrescentando que o transporte era feito em uma Doblò, mas, na sexta, foi usado um Gol preto.

De acordo com Silva, no dia da tragédia, Cláudia transportava a filha e um menino, que também era seu parente. Mas apenas Gabriel ia à creche. “Acho que as demais crianças iam para casa. Quando ela viu o Gabriel passando mal, passou na casa de uma amiga, antes de ir ao hospital”.

Segundo ele, a mãe da criança, a pedagoga Karla Martins de Oliveira, 34, e o marido, Flávio da Silva, 35, não sabiam que o transporte era irregular, pois foi indicado pela creche. “Eles indicaram o transporte da morte”. De acordo com Silva, a motorista alegou que Gabriel teria vomitado. “Mas a roupa dele e o carro estavam limpos. Como não sujaria?”.

A criança será enterrada hoje, em Irajá, com uma roupa que ganharia de Natal. A creche onde o menino estudava tinha um acordo com a mãe de ligar caso ele não chegasse até 10h30, mas o aviso não foi dado. Essa não foi a primeira vez que Cláudia esqueceu Gabriel no transporte, diz Karla. Segundo ela, o menino só foi à creche na sexta porque era festa de encerramento do ano letivo. Mãe de outra criança de 7 meses, Karla ainda está de licença-maternidade.

Ainda segundo parentes, Cláudia disse ser a mãe do menino ao chegar ao hospital e só teria entrado em contato com Karla quando soube da morte. A direção do Hospital Municipal Francisco da Silva Telles informou que Gabriel chegou às 12h35, já morto e com temperatura corporal muito alta. “A pediatra que o atendeu falou que ele estava com sintomas claros de insolação extrema”, disse a pedagoga.

No Facebook, Karla homenageou Gabriel: “Meu filho minha vida. O céu está em festa porque mais um anjo de luz está nos braços do Pai. Biel, mamãe te ama muito. Sua morte não ficará impune”. Também na rede social, pessoas protestaram contra a motorista. “Poderia te xingar, te ameaçar, mas vou fazer diferente, você pode estar fugindo da justiça dos homens, mas a de Deus você não escapará”.

Temperatura no interior do veículo chegou a 50°C

O delegado Gustavo Castro, da 27ª DP (Vicente de Carvalho), onde o caso está sendo investigado, declarou que a versão apresentada por Cláudia é coerente. “Analisamos o celular dela e encontramos cinco chamadas não atendidas e várias mensagens de WhatsApp sem resposta, durante o período em que ela alega ter ficado desmaiada”. Claudia chorou durante o depoimento e foi liberada para responder em liberdade, disse o delegado.

A polícia fez perícia e busca imagens de câmeras para comprovar a versão da motorista. O carro estava com o ar refrigerado ligado, mas o motor morreu, elevando a temperatura a 50°C. Cláudia vai responder por exercício ilegal da profissão, homicídio doloso e abandono de incapaz. O delegado explicou que ela pode ser inocentada ao fim do inquérito da última acusação, se ficar comprovado o desmaio. “Estamos ouvindo pessoas a quem ela prestava serviço e não há queixa de maus-tratos. Tudo indica que foi uma fatalidade, mas vamos investigar”.





PS: Numa tragédia envolvendo crianças a gente até torce muito para que tenha sido somente uma fatalidade; mas, se houver culpado não pode ficar por isto mesmo contando com a justiça divina... Certamente a Polícia irá averiguar se a motorista Claudia Vidal da Silva estava realmente no carro desmaiada e saber  como ela não teve insolação e desidratação com temperatura acima de 50 graus e passando mal como tem alegado... JS






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