Taxista morto na Linha Amarela foi espancando por jovens ao tentar impedir calote, diz polícia
Adolescentes suspeitos do crime estariam tentando comprar drogas para revender
Do R7
Osvaldo Praddo/Agência O Dia
Motorista teria segurado menina ao perceber que o namorado dela tentava fugir sem pagar
O adolescente suspeito de matar o taxista Ercole Castro Silveira, de 58 anos, junto com a namorada, também menor de idade, contou, em depoimento na DH (Delegacia de Homicídios), que tentou fugir do veículo por que estava sem dinheiro para pagar a corrida. Segundo a polícia, o taxista foi assassinado após conseguir segurar a namorada do jovem pelas pernas quando ela também tentava escapar.
O crime ocorreu na Linha Amarela, por volta das 19h30 desta quinta-feira (6).
O casal, que mora em São Paulo, tinha como destino final o Estado de Minas Gerais.
Os dois teriam fugido de casa para namorar.
No entanto, depois de deixarem a capital paulista, os adolescentes decidiram parar no Rio de Janeiro.
De acordo com o delegado Ginilton Lages, da DH, o rapaz contou que eles conheceram uma pessoa na rodoviária Novo Rio, na zona portuária, que os orientou sobre como conseguir drogas para traficar.
O suposto bandido teria sugerido que o casal fosse à favela Cidade de Deus, na zona oeste da cidade, para comprar entorpecentes para revender.
Depois de receberem essas informações, segundo a polícia, os dois teriam ido à comunidade à tarde, mas desistiram de procurar os traficantes, devido à presença da PM, e decidiram retornar à rodoviária para esperar anoitecer.
Ainda segundo o depoimento do jovem, no fim da tarde, eles pegaram o taxi de Silveira para voltar à favela, mas, como não tinham dinheiro suficiente para corrida, planejaram fugir quando o veículo estivesse próximo à comunidade.
O jovem contou à polícia que pediu ao taxista que parasse o veículo para que ele pudesse urinar.
Depois que o jovem saiu do carro, o motorista percebeu que ele tentava fugir com uma bolsa e segurou a namorada do adolescente pelas pernas.
De acordo com a polícia, o garoto voltou para o veículo e os dois adolescentes começaram a agredir Silveira.
O taxista foi atingido por pauladas e estrangulado com a alça de uma bolsa.
A vítima apresentava marcas de mordidas e cortes na cabeça.
Segundo o laudo da perícia, o taxista foi asfixiado pelo próprio sangue.
Pessoas que passavam pelo local viram a agressão e chamaram a polícia. O casal paulista tentou fugir, mas foi capturado nas proximidades da Cidade de Deus.
Eles alegaram que o taxista teria tentado estuprar a jovem, mas os PMs desconfiaram que o casal havia tentado assaltar o motorista.
Os jovens foram detidos e com eles foram apreendidos R$ 90,00, malas e bolsas com roupas, celulares e duas cápsulas de cocaína. Os dois foram encaminhados à DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente).
O diretor da cooperativa de táxi onde Ercole trabalhava, lamentou a morte do funcionário.
Lauro César Miranda disse que Silveira trabalhava como taxista há 23 anos. Ele contou que o motorista era um bom funcionário. Para Miranda, o assassinato do taxista foi uma tragédia.
— O que a gente pode fazer? Esta é a realidade da cidade grande. Infelizmente outros taxistas também estão expostos a isso. É uma tragédia.
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