quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Ted Boy Marino morre no RJ aos 72 anos de idade

Mario Marino, conhecido como Ted Boy Marino, um dos astros do telecath brasileiro na década de 1960, morreu nesta quinta-feira (27), aos 73 anos, durante uma cirurgia emegencial no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul. 

O enterro será nesta sexta-feira (28), às 9h, no Cemitério São Batista, em Botafogo, também na Zona Sul. 


Segundo o Pró-Cardíaco, Marino deu entrada no hospital pela manhã com insuficiência vascular aguda, que levou à cirurgia, e teve uma parada cardíaca às 19h. 


Marino nasceu na Calábria, região da Itália, em 18 de outubro de 1939. Foi para Buenos Aires em 1953, no porão de um navio, aos 12 anos de idade, junto com os pais e cinco irmãos. 


Em 1962, começou a participar de programas de telecatch na Argentina e no Uruguai. Em 1965, chegou ao Brasil e logo foi contratado pela antiga TV Excelsior. 


Conquistou muitos fãs, pois além de lutar e derrotar astros desse esporte, como Verdugo, Rasputim, Barba Negra, Múmia, Ted era o "bonitão". 


Ted foi convidado para entrar em um programa humorístico, como companheiro de Wanderley Cardoso, com direção de Wilton Franco. Wanderley era o ídolo das garotas e Ted também conseguia muitas admiradoras. Wilton Franco escalou também o cantor e ator Ivon Cury, para dar mais segurança ao texto e o programa fez sucesso. Foi quando foi escalado também um humorista novo, no qual Wilton Franco confiou. Ele se chamava Renato Aragão. 


Logo depois, surgiu o quarteto que chegava a 50 e a 60 de ibope. Ted e Aragão estrelaram o filme: "Dois na Lona", em 1968. 


Aí nasceram "Os Trapalhões". 


Ted Boy Marino participou de diversos filmes, entre eles "Os três palhaços e o menino", em 1982, "Os paspalhões em Pinóquio 2000", em 1980. Em 1992, ele esteve no ar em "Você decide", na TV Globo. 


Sua última participação na televisão foi na novela "Bang bang", também da Globo, em 2005. 


Ted fazia, também na TV Globo, o "Sessão zaz trás". 


Todas as noites, antes do Jornal Nacional, entrava na novelinha "Orion IV x Ted Boy Marinho" e às terças-feiras, fazia o "Que delícia de show", onde era apresentador de um programa de variedades. 


Aos sábados era exibido o Telecatch. 


Telecach 


O Telecatch Montilla era a versão brasileira das lutas-livres e foi um dos programas responsáveis por alavancar a audiência da TV Globo na década de 1960. 


No programa, aproveitando a distração do juiz, o vilão batia no mocinho, e o público, com raiva, gritava e jogava sapatos e guarda-chuvas no ringue. Na luta encenada, valia tudo: mordida, dedos nos olhos, tijoladas na cabeça, limões espremidos nos olhos, supercílios cortados com gilete e até bater no juiz. 


Quando tudo parecia perdido, o bonzinho recuperava as forças, aplicava uma série de tesouras voadoras no malvado e vencia a luta. 


O Telecatch foi originalmente criado na TV Excelsior e passou a ser exibido pela Globo em 1967. 


Era transmitido ao vivo do auditório da emissora, aos sábados, inicialmente às 20h. 


Dois anos depois, o programa passou a ser exibido na TV Tupi. Saiu do ar em 1972. Na TV Globo, o programa tinha a direção de Renato Pacote e Teti Alfonso. A narração era de Tércio de Lima e o anunciador das lutas era Jayme Ferreira. Ted Boy Marino era um galã loiro e tinha muita popularidade entre as crianças e o público feminino. 


Ele contou, na época, que chegou a receber mais de duas mil cartas por semana e que precisava entrar com seguranças na TV Globo devido ao assédio dos fãs. 


Mas o programa foi interrompido pela censura, que tirou a luta-livre do horário nobre e, depois, da grade de programação. O espetáculo-marmelada fazia muito sucesso e ainda voltou em várias versões nas décadas de 1970 e 1980 em outras emissoras. Ted Boy disse, na época, que para lutar era preciso habilidade e muito treino, para saber cair. 


Mas, apesar do seu know-how, ele se acidentou diversas vezes: quebrou joelho, tornozelo, braço, ombro e costelas. Depois que o gênero saiu de moda, o lutador passou a se apresentar em clubes e teatros do interior. 


Os outros personagens conhecidos como os reis do ringue eram: o traiçoeiro Mongol, o exótico Leopardo, o extraordinário Tigre Paraguaio, o misterioso Verdugo, o impagável Tony Videla, o irritante Rudy Pamias, o violento Rasputin Barba Vermelha, o campeão Caruso e os irmãos estilistas Beto e Sergio. 




PS: Ted Boy Marino esteve recentemente no Programa Pop Bola da Rádio MPM FM do RJ... A entrevista foi emocionante relembrando com muito humor sua época área das lutas livres armadas transmitidas pela tv... Salvo equívoco, Ted Boy Marino foi proprietário de uma churrascaria na Rua das Marrecas no centro do RJ que não decolou... Ted Boy Marino sentia-se esquecido no ostracismo que o incomodava agora no final... A vida tem dessas coisas... JS






2 comentários:

  1. Sinto-me triste com a perda ! Mas tenho grandes recordações da época do Telecath. Hoje em dia ainda tenho contato com os irmãos Beto e Sérgio (são funcionários públicos) rsrsrsrsr Por muitas vezes assistia ao vivo as "lutas" com meu pai....

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  2. Pôs bueno...

    O filho do Ted Boy Marino (Tedinho) é funcionário da Band Rio...

    Um dos 'mascarados' ficou muito tempo como segurança na Rua da Carioca ao lado do Bar Luiz aqui no RJ...

    A época das lutas faz parte da nossa lembrança boa...

    Eu era menino e parava tudo na noite do sábado para assistir Índio Paraguaio, Verdugo...

    Ted Boy Marino era a estrela principal que só aparecia em episódios especiais...

    Já era estrela em outros programas...

    Mas...

    Ficávamos torcendo para o mocinho mas também que algum tivesse a máscara arrancada...

    O mais bizarro era o juiz fingir que não via covardia do 'mau'...

    Por vezes entravam dois 'maus' no ringue e ficavam espancando o 'bom' e o juiz ficava fingindo olhar seu relógio de pulso...

    Era o ápice...

    Depois tudo revertia...

    E o 'bom' sempre espancava os 'maus' com draps e socos...

    Era o auge que nos lavava a alma...

    Mesmo que na fantasia armada...

    Íamos dormir sossegados com o coração aliviado...

    Era o sonho maravilhoso da reação perfeita contra os que burlavam as regras...

    Reflexo de todos anseios humanos...

    Como a cavalaria de cinema que salvava a caravana...

    O bem massacrando o mal...

    Acho que pouco mudou...

    Ron Montilla foi substituído por vodka com energético...

    A velha Tv com eletrola três em um ao lado deu lugar ao Tablet...

    Ted já morreu...

    Adoráveis Trapalhões vão-se deixando por aqui somente um ou outro que odeia motorista...

    A gente ainda permanece olhando o filme da vida passar...

    Uma hora chegará igualmente a vez do espectador...

    Isto me angustia muito...

    Ainda pretendo adentrar o ringue e dar minha última porrada no centro da cara do Assassino Mascarado...

    O sonho de todo menino de um dia se tornar um Ted Boy Marino...

    Nem me incomoda sair da última cena na maca...

    Puff!


    JS


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