quarta-feira, 14 de março de 2012
Alexandre Franco é condenado a 24 anos de prisão pela morte do filho Nicollas Maciel Franco, 6 anos, estrangulado e jogado no Rio Tiete
G1
O desempregado Alexandre Franco foi condenado na noite desta quarta-feira (14) a 24 anos, 10 meses e 20 dias de prisão pela morte do filho, de 6 anos, ocorrida em 2010.
A sentença foi lida por volta das 21h10 pelo juiz Alexandre Andreta dos Santos, no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo.
Segundo o Ministério Público, em dezembro de 2010 Franco jogou Nicollas Maciel Franco no Rio Tietê. O condenado nega e diz que a criança caiu acidentalmente da Ponte da Vila Maria. O pai, porém, não mergulhou atrás da criança nem pediu ajuda. O corpo do menino foi encontrado dias depois, boiando no rio na região da Casa Verde.
Durante o julgamento, Franco, que, segundo a polícia, confessou o crime por não aceitar o fim do relacionamento na época em que foi preso, disse que fez as afirmações sob tortura. "A confissão foi forçada, a polícia me forçou a falar", afirmou. Segundo o condenado, policias bateram em seus pés, nas suas mãos e na barriga até que ele dissesse que havia derrubado seu filho da ponte.
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O desempregado disse ao juiz que estava com o garoto no colo, e que a queda foi um acidente. "Desci [a ponte] para encontrá-lo, mas não consegui ver o menino, então fugi", disse.
Segundo o promotor André Luiz Cunha, no entanto, laudos do Instituto Médico-Legal (IML) atestaram que não havia hematomas nem marcas de violência em Franco após o depoimento à Polícia Civil. O homem confessou estar sob o efeito de drogas no momento do crime.
Herói
Maria do Carmo Maciel, ex-mulher do desempregado, disse que o menino amava muito o pai. "O Nicollas tinha o pai como herói. Era um menino doce, muito meigo e muito tímido", disse a mãe, que chorou durante o julgamento. Desenhos feitos pelo garoto foram usados pela acusação.
Ela disse ter recebido sete ligações dele instantes após o crime. As ligações ocorreram entre 23h20 e 23h40 do dia 23 de dezembro, segundo Maria do Carmo. Ela contou que Franco parecia calmo nos primeiros telefonemas. "Ele ligava a cobrar, dizia 'não tem mais filho, não tem mais Nicollas' e depois desligava", afirmou a mãe, no depoimento como testemunha de acusação. As outras duas testemunhas foram dispensadas.
Nas últimas ligações, segundo a ex-mulher, Franco estava exaltado e admitiu o crime. "Ele dizia que iria acabar com a minha vida, mas que não iria me matar. Ele disse que matou o menino e que iria cometer suicídio", afirmou. De acordo com ela, Franco também disse que a mulher era "culpada pelo crime porque não queria reatar".
Em seu interrogatório, Franco afirmou que estava furioso com a ex-mulher porque eles haviam combinado de se encontrar. "Seria uma despedida, achei que ela iria me ver naquele dia. Mas ela combinou de sair com as amigas", disse o desempregado.
A ex-mulher disse que o marido já havia fugido com a criança anteriormente, em dezembro de 2009. O desempregado manteve Nicollas Maciel Franco escondido por quatro dias sem que ninguém tivesse notícias do garoto.
"Ele fazia chantagem usando o garoto. Dizia que queria viajar com Nicolas, que queria os mesmos direitos de ficar com ele", afirmou a mãe. Franco afirmou que apenas ficou com seu filho mais tempo do que o combinado, durante as festas de fim de ano.
O julgamento durou sete horas. Franco foi condenado por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima). A pena foi aumentada em um terço pelo fato de a vítima ser cirança e em mais um sexto em razão do parentesco.
Agressões
Maria do Carmo disse ter sido agredida e ameaçada por Franco durante e após o casamento. A união durou cinco anos. "Ele perseguia, ameaçava, queria saber onde eu estava, esperava na porta do meu serviço", afirmou a mulher, reiterando que o comportamento mudou após o terceiro ano de enlace.
Em uma das ocasiões, Franco agarrou o pescoço da ex-mulher com força, segundo o depoimento dela no júri. O homem, que morava nos arredores da Luz, na região central de São Paulo, mudou de casa e tornou-se vizinho da ex-mulher.
O condenado admitiu ter discutido algumas vezes com a ex-mulher, mas negou as agressões. "Nunca bati", disse ele.
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Casos como esse, fazem chorar qualquer coração. Muito triste mesmo.
ResponderExcluirMatou o próprio filho para ferir a mãe. Mais um caso desse tipo. Muito semelhante ao caso de tortura e morte de Joanna Marcenal.
ResponderExcluirAlém de ser uma total inutilidade humana, um monstro traidor do próprio filho que inocentemente o amava, esse tal de Alexandre Franco é um assassino covarde que ainda dará prejuízo pra sociedade.
E isso se algum advogado não conseguir redução de pena por bom comportamento e em pouquíssimos anos fulano estiver solto. Aliás, isso é o que possivelmente vai acontecer.
Outros filhos morrerão por conta de pais monstruosos e nossa justiça medíocre.
Otávio
Meu Deus, que traição!!! Um animal desses merece a morte.
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