quarta-feira, 15 de junho de 2011

André de Lima Cardoso Ferreira, de 19 anos, é morto por disparo de policial da UPP no Pavão Pavãozinho pacificado

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Guilherme Amado

O jovem André de Lima Cardoso Ferreira, de 19 anos, foi morto na madrugada do último domingo, no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, após ser atingido pelo disparo feito por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A PM afirma que André teria atirado contra o policial e seria traficante. A família contesta a informação, mostra a carteira de trabalho do rapaz e acusa a polícia de omissão de socorro, além de plantar uma arma e drogas entre os objetos de André.

De acordo com a Secretaria de Segurança, três homens — entre eles André — foram abordados por quatro policiais da UPP, por volta de 2h30m de domingo, na Rua Serafim. Após dois dos homens terem fugido, André teria atirado contra os PMs. Os agentes teriam revidado o tiro.

Socorrido por moradores até o "asfalto" e, de lá, levado num táxi para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, André não resistiu a duas cirurgias.

Segundo o delegado Eduardo Batista, foram entregues pelos PMs uma pistola .32, 63 papelotes de cocaína e um rádio transmissor, que estariam com André.

— Meu filho tinha carteira assinada. Traficante bate ponto agora? Ele era trabalhador — criticou a mãe do rapaz, Micilene Maria de Lima, que acusa a PM de plantar os objetos.

Mãe de André, a manicure Micilene foi à 13ª DP registrar a versão da família sobre o fato. Acompanhando a nora, uma estudante de 16 anos, Micilene levou a carteira de trabalho do rapaz, assinada por uma rede de supermercados e, no passado, por vários outros empregadores, para alegar que André não era traficante.

Segundo a mulher de André, que está na última semana de gravidez, o casal estaria a caminho de casa quando André disse que iria comprar um lanche para a mulher. Cerca de meia hora depois, uma amiga da moça a avisou sobre o ferimento de André.

— Corri para o hospital e lá vi que o taxista havia sido o comunicante. Os policiais não o socorreram — contou.

Hoje, o Instituto Médico Legal deve encaminhar à 13ªDP o laudo da autópsia no corpo do rapaz. O delegado Eduardo Baptista quer saber em que parte do corpo entrou o projétil e se existia pólvora nas mãos da vítima. A mãe do rapaz afirma que o tiro entrou pelas costas.

— Vamos à favela ouvir testemunhas para investigar a dinâmica do fato e saber se houve excesso dos policiais.
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