quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

The End

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Hoje é o último dia da minha vida...

Acordo sobressaltado...

O sonho era muito real...

Premonitório...

Não fico triste...

Fico eufórico...

Não posso perder tempo...

Ponho uma cueca nova...

Faço barba com cuidado...

Não posso correr risco de causar má
impressão sobre a maca...

Por onde começar...

Tomar um porre?

Não...

Rezar?

É chato e não iria modificar o traçado...

Ao invés de acordar meu filho deito a seu lado e o acaricio...

Não encho-lhe de conselhos...

Lembro uma frase - não sei se é esta ou se com certeza é de São Tomás de Aquino - "Amar é deixar que o outro seja..."

A caminho do elevador bato na porta da vizinha que sempre me pede uma xícara de açúcar pelo interfone depois da meia-noite...

Após anos, dou-lhe um beijo...

Compro o Jornal e ao invés de sair apressado fico escutando o jornaleiro que dá sua versão para todas as manchetes...

Na esquina penso em tomar a arma do Guarda e botá-lo para correr pelas duas multas do ano passado...

Desisto...

Não posso perder tempo com gestos menores...

Pego uma antiga agenda e ligo para amigos perdidos que o dia-a-dia atribulado foi tratando de afastar...

Resolvo que irei escancarar o sorriso para todos que estiverem aborrecidos...

Ligo para minha amada e descrevo detalhes idiotas de minha paixão...

Decidimos que ficaremos juntos o resto do dia, apesar de quarta...

Deito em seu peito escutando batimentos de seu coração, que acredito meu...

Aguardando que o meu pare...




Jorge Schweitzer







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