Na Rede somos todos perfeitos...
Ou ao menos tentamos insinuarmo-nos como...
Nunca somos barrigudos...
Carecas...
Feios...
Chatos...
Ignorantes...
Hipócritas...
Imbecis...
Nossas fotos estampam nossos melhores ângulos e momentos...
Quando a inspiração desaparece reeditamos sábias citações alheias...
Quando encontramos algo melhor que nós, debochamos e fazemos chacota...
Quando nos apaixonamos por uma fotografia, que nem temos certeza se pertence àquele identificado, postamos mensagens sutis ou declarações depravadas tentando reflorescer conquistador hibernado que passou a vida inteira ruborizando-se ao elogiar alguém atraente...
Nossas profissões e posição social são aquilo que perseguimos sem sermos bafejados pela boa-sorte...
Somos o Super Man...
O Homem Aranha...
O Brad Pitt maquiado...
O Tom Cruiser repaginado...
O galã bombado...
Ninguém é Chapolin Colorado...
Não temos mau-hálito...
Chulé...
Inhaca...
Unha encravada...
Cascão na sola do pé...
Cabeleira na narina ou na orelha...
Somos assépticamente perfumados e limpos...
Quando temos dificuldades com o vernáculo dissimulamos escrevendo em internetês com direito a todas barbaridades e nenhum conteúdo...
Não somos pobres...
Fudidos..
Com contas atrasadas...
Nem cornos...
Velhos...
Brochas...
Covardes...
Perdedores...
Somos todos glamourosos...
Nossos sentimentos são os mais nobres...
Defensores de adiposas baleias e magérrimos cachorros abandonados...
Acolhemos humildes desdentados...
Somos solidários com os excluídos e oprimidos...
Nos escudamos atrás do anonimato ou nomes fictícios para não fazermos nada e não sermos identificados ou alcançados...
Praticamos o voyerismo impune circulando por endereços de outros mentirosos como nós, acreditando que as 365 máscaras que utilizamos durante todo ano nunca desgrudarão de nossas faces...
Jorge Schweitzer
Ou ao menos tentamos insinuarmo-nos como...
Nunca somos barrigudos...
Carecas...
Feios...
Chatos...
Ignorantes...
Hipócritas...
Imbecis...
Nossas fotos estampam nossos melhores ângulos e momentos...
Quando a inspiração desaparece reeditamos sábias citações alheias...
Quando encontramos algo melhor que nós, debochamos e fazemos chacota...
Quando nos apaixonamos por uma fotografia, que nem temos certeza se pertence àquele identificado, postamos mensagens sutis ou declarações depravadas tentando reflorescer conquistador hibernado que passou a vida inteira ruborizando-se ao elogiar alguém atraente...
Nossas profissões e posição social são aquilo que perseguimos sem sermos bafejados pela boa-sorte...
Somos o Super Man...
O Homem Aranha...
O Brad Pitt maquiado...
O Tom Cruiser repaginado...
O galã bombado...
Ninguém é Chapolin Colorado...
Não temos mau-hálito...
Chulé...
Inhaca...
Unha encravada...
Cascão na sola do pé...
Cabeleira na narina ou na orelha...
Somos assépticamente perfumados e limpos...
Quando temos dificuldades com o vernáculo dissimulamos escrevendo em internetês com direito a todas barbaridades e nenhum conteúdo...
Não somos pobres...
Fudidos..
Com contas atrasadas...
Nem cornos...
Velhos...
Brochas...
Covardes...
Perdedores...
Somos todos glamourosos...
Nossos sentimentos são os mais nobres...
Defensores de adiposas baleias e magérrimos cachorros abandonados...
Acolhemos humildes desdentados...
Somos solidários com os excluídos e oprimidos...
Nos escudamos atrás do anonimato ou nomes fictícios para não fazermos nada e não sermos identificados ou alcançados...
Praticamos o voyerismo impune circulando por endereços de outros mentirosos como nós, acreditando que as 365 máscaras que utilizamos durante todo ano nunca desgrudarão de nossas faces...
Jorge Schweitzer
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