quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Em nome de Joanna Marcenal




Caso Joanna Marcenal:

Delegado afirma que pai da menina, André Rodrigues Marins, tinha prazer em torturar a filha de 5 anos de idade


Publicado em 22 de outubro de 2010 O Globo





Antônio Werneck e Gabriel Mascarenhas


O delegado Luiz Henrique Marques Pereira, titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), disse que não está descartada a possibilidade de o pai da menina Joanna Marcenal, de 5 anos, morta em agosto, ser indiciado também por homicídio.

Segundo ele, a decisão será do Ministério Público.

O pai de Joanna, o técnico judiciário André Rodrigues Marins, foi indiciado na sexta-feira por crime de tortura contra a menina.

Pereira afirmou que o pai tinha prazer em torturar a criança.


- Ele
(André Rodrigues Marins) tratava a menina de forma desumana, tinha prazer em torturar. Por isso, no meu entendimento, há fortes indícios de crime de tortura - afirmou o delegado.

O indiciamento foi efetuado após três meses de investigações e cerca de 50 pessoas ouvidas como testemunhas no inquérito, que foi enviado para o Ministério Público estadual.

O delegado não confirmou, mas juntamente com o inquérito, ele teria representado pela prisão preventiva de Marins. O pai da menina nega as acusações.

A pena por tortura pode chegar a oito anos de prisão.


Depoimento de babá foi crucial para o inquérito

O pai e a mãe de Joanna, Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, travavam uma batalha judicial pela guarda da criança desde 2004.

Quando morreu, a menina estava sob os cuidados do pai havia um mês e vinte dias.

Uma das principais testemunhas do processo foi uma ex-babá contratada pelo pai de Joanna, que contou, em depoimento aos policiais da Decav, revelado com exclusividade pelo GLOBO, que em seu primeiro dia de trabalho se deparou com a menina Joanna Marcenal no canto de um quarto, "deitada no chão, amarrada numa fita-crepe nos pés e nas mãos e toda suja de xixi e cocô".


Ela contou que, diante do seu espanto, o pai disse que a menina estava "daquele jeito" por ter sofrido uma convulsão no dia anterior.

Ele teria alegado ainda que seguia "recomendação médica".

A babá teria se oferecido para limpar a Joana, que vestia apenas calcinha e camiseta regata, e colocá-la na cama, mas o pai teria argumentado que a menina sujaria tudo, e sua mulher, a madrasta Vanessa Maia Furtado, "não iria gostar".

André teria dito ainda que a filha era "especial".





A psicóloga que atendeu Joanna em seus últimos dias de vida, porém, desmentiu a versão do pai .

Segundo Lilian Araújo Paiva, Marins relatou que a menina se debatia muito durante à noite e acabava se ferindo.

Ele teria perguntado, de acordo com Lilian, se pode usar uma luvinha para evitar que Joanna se arranhasse:


- Disse que não via problema em usar uma luvinha, às vezes a gente faz isso para um bebê não se arranhar. Eu jamais diria para ele amarrar as mãos de Joanna. Nunca fiz isso - afirmou na época.

No dia 27 de setembro, conforme O GLOBO divulgou, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte de Joanna foi meningite causada pelo vírus da herpes.

O pai atribuiu os hematomas e marcas semelhantes a queimaduras no corpo da menina às sucessivas convulsões sofridas por Joanna:


- O laudo foi incapaz de identificar a origem dessas lesões. Por isso, não tenho nenhum medo de ser indiciado por coisa alguma. Como serei incriminado por algo que os peritos não sabem causa? - garantiu André Rodrigues Marins.





PS: Logo após esta declaração acima o bandido vagabundo que matou Joanna foi preso e conduzido ao Dcav onde eu lhe aguardava, assim como eu estava por lá quando foi levado ao IML para exames admissionais à Bangu 8 onde ficou por 5 meses e, atualmente, responde por assassinato, tortura e crime continuado em liberdade...

O crime covarde contra esta criança indefesa em todas etapas judiciais atinge a sociedade inteira no centro do coração...

No Natal passado estive no Recreio e colei o cartaz da foto acima na frente do prédio onde Joanna foi torturada e morta...

Conversei com o porteiro assombrado com minha presença ao perguntar se André Rodrigues Marins estaria em casa...

E...

Ao pisar na portaria do prédio onde Joanna foi torturada no Recreio...

Me senti como na frente de uma manjedoura...

Ao contemplar cenográfico papai noel pendurado tentando escalar a cobertura do calvário...

Em silêncio...

Blasfemei agnóstico todos pai-nossos que jamais saberei rezar...



Jorge Schweitzer



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