quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Chama e o Silêncio






Ela fala vigorosamente de anseios por emoções flechas de fogo que alvejem seu romântico coração intenso em chamas...

Ela desconhece lamentações ou percursos dolorosos de angustiados desencontros...

Só quer ouvir registros de minha doutrina sobre amores ardentes possíveis...

Jamais presenciei pronunciar lembranças lastimáveis de sagradas partidas deploráveis...

Quando encosto em seus sentidos ela eleva a liberdade de provocar tremores em sua natureza...

Quando plageio ultrapassando a indivisível unidade que separa a fronteira entre a lágrima e o sorriso, seus olhos brilham labaredas da beleza do amor...

Quando ela toca com sua mão molhada aflita no meu peito que nunca presenciou o fenômeno de sons ecoando em seus lábios trêmulos assisto uma mágica que eu desconhecia praticar...

Quando tento desacordá-la ela sussura abraçada a enroscar murmúrios de que jamais quer despertar...

Quando falo que está na hora de ir ela afaga minha boca com a ponta dos dedos gelados em silêncio...



Jorge Schweitzer





PS: Então... Tenho que ir embora... Já viu que horas são?







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