terça-feira, 2 de abril de 2013

Carlos Armando Costa dos Santos, o 'Baby' de 21 anos, é preso como terceiro estuprador da turista da van no RJ







Terceiro suspeito de estupro e roubo em van no RJ é preso 

Preso em Itaboraí, segurança confessou o crime, segundo a polícia. 

Delegada da Deam foi exonerada nesta segunda por Martha Rocha. 


Priscilla Souza e Lívia Torres 
Do G1 Rio 


Foi preso, na noite desta segunda-feira (1º), o terceiro suspeito de estuprar e roubar uma estrangeira de 21 anos, e de roubar e espancar o namorado dela, de 23, na madrugada de sábado (30). 

O segurança Carlos Armando Costa dos Santos, 21 anos, conhecido como "Baby", foi detido em frente ao condomínio Village São Francisco, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, e confessou o crime no caminho para a Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), onde chegou por volta das 21h10. 

Wallace Aparecido Souza Silva, de 22 anos, e Jonathan Foudakis de Souza, de 20, outros suspeitos de participação no crime, haviam sido presos no sábado, e teriam dito à polícia o nome do terceiro envolvido. 

Ele foi preso quando chegava em casa e não reagiu. 

"Desde a prisão dos outros integrantes a gente já estava na cola dele [Carlos]. O mandado de prisão saiu às 19h. Às 19h30, ele estava preso. Eles são muito frios, em nenhum momento eles demonstram arrependimento. O que mais impressiona é a riqueza de detalhes com que eles descrevem o que fizeram", disse o delegado assistente Rodrigo Brant. 

Os três serão indiciados por estupro e roubo qualificado, cujas penas somadas podem chegar a 25 anos de prisão. 

De acordo com a polícia, eles serão levados para Bangu 2, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste, na tarde desta terça-feira (2). 

Crime na van 

Segundo a polícia, o casal pegou uma van em Copacabana, na Zona Sul, para ir à Lapa, no Centro, por volta da 0h de sábado. 

Outros passageiros entraram, mas foram obrigados a descer em Botafogo. 

A partir daí, os três, segundo depoimentos, teriam prendido o estrangeiro com uma algema, bateram nele com uma barra de ferro, e começaram a abusar sexualmente da namorada dele. 

O crime durou seis horas, ainda de acordo com a polícia, e a van rodou por Rio, Niterói, Itaboraí e São Gonçalo, parando em postos de gasolina, onde utilizaram os cartões de crédito das vítimas, e em um banco, para sacar dinheiro. 

Após a divulgação da prisão dos dois primeiros suspeitos na imprensa, outras vítimas do grupo procuraram várias delegacias, segundo o delegado da Deat, Alexandre Braga. 

Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia o número exato de registros. 

Uma outra mulher, brasileira, de 21 anos, disse também ter sido estuprada. 

Delegada é afastada 

Ela já havia registrado queixa na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), no dia 23 de março e, nesta segunda, a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, que conversou com a vítima pessoalmente, decidiu exonerar do cargo a delegada Marta Dominguez, titular da Deam de Niterói, "por entender que não foram adotadas as medidas necessárias de investigação". 

Também foi exonerada do cargo a diretora do Posto 
Regional de Polícia Técnico Científica (PRPTC) de São Gonçalo, a perita Martha Pereira, uma vez que ficou constatada a demora no atendimento à vítima, no Instituto Médico Legal (IML) do município. 

"A delegada Martha Rocha pede desculpas pela prestação de serviços e lamenta que a gestão dos dois órgãos envolvidos estivessem sob a responsabilidade de mulheres, justamente as que deveriam ser mais sensíveis em episódios como este. A chefe de Polícia determinou ainda que a Corregedoria Interna da Polícia Civil analise os procedimentos realizados", diz a nota enviada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil. 


Estrangeiro reconheceu suspeitos em juízo 

O estrangeiro agredido, de 23 anos, teve hemorragia no olho e fratura da face. Por volta das 19h desta segunda, ele reconheceu no Tribunal de Justiça, no Centro do Rio, os dois suspeitos presos através de um vidro, sem que tivesse contato direto. 

Como a mulher, de 21 anos, que sofreu fratura no nariz, já deixou o país, a ideia do juiz era produzir prova antecipada, para o caso de o rapaz também sair do Brasil. 

Segundo a polícia, os dois são estudantes de intercâmbio de uma faculdade na Zona Sul da cidade. 

“Conversamos com a promotora e o juiz concordou que fosse feita produção antecipada de prova. A vítima, que está no Brasil, vai ser ouvida em juízo e fazer o reconhecimento para que a prova seja mais contundente e forte. Para ele não voltar ao Brasil se não desejar”, explicou o delegado Alexandre Braga. 


'Festa do mal' 

Para o delegado, os suspeitos presos não demonstraram estar arrependidos. 

“Jonathan confessou o estupro. Wallace imputou aos demais a conduta. Ambos negaram terem estuprado a brasileira. Ninguém demonstrou arrependimento verdadeiro. A intenção do grupo era satisfazer a luxúria. Compraram inclusive com o cartão de uma das vítimas energético e bebidas alcoólicas porque possivelmente queriam fazer ‘festa do mal’", explicou o delegado. 

Mais seis vítimas de roubo 

Nesta segunda, mais seis pessoas procuraram delegacias para registrar queixa de roubo. 

Em todos os casos, a dinâmica é semelhante: as vítimas entram na van em Copacabana, na Zona Sul, e são assaltadas ou abusadas dentro do veículo. 

Um senhor que não quis se identificar prestou depoimento no início da noite desta segunda na Deat. Ele foi a quinta pessoa a reconhecer a dupla. 

Motorista de van, ele teve todos os passageiros roubados numa madrugada de fevereiro. 

O novo depoente reconheceu a dupla, que teria agido com um jovem "de aproximadamente 17 anos", graças às imagens da TV e à van utilizada no caso mais recente, que teria feito a cobertura da ação em que ele ficou refém. 

"Eles assaltaram todos os meus passageiros e mandaram as pessoas descerem no [aeroporto] Santos Dumont. Esse branquinho [Jonathan] ficou apontando a arma para a minha cabeça. Isso é uma quadrilha perigosa", disse. 

Um espanhol, identificado apenas como Álvaro, também esteve na Deat e afirmou ter sido assaltado pelo trio. 

O estrangeiro, que reconheceu Wallace, contou que entrou na van, na Lapa, e foi rendido pelos criminosos no Flamengo, na Zona Sul, tendo seus pertences roubados. 

Outro assaltado, um professor de 32 anos, contou que no dia 3 de março pegou a van no bairro para seguir para a Lapa, assim como o casal de estrangeiros. 

O veículo transportava ao menos 15 pessoas e, na altura do Aterro do Flamengo, Wallace, segundo a vítima, mostrou uma arma e anunciou o assalto, roubou os pertences dos passageiros e os abandonou no Aterro, entre o Museu de Arte Moderna e o Santos Dumont. 

Segundo policiais, o professor também reconheceu os suspeitos pelas reportagens na TV e depôs nesta segunda na delegacia. 

A Deat investigam se os suspeitos alugam a van para a prática de crimes no Rio há cerca de um ano. 

Está descartada a participação do dono da van utilizada no sábado, que foi alugada pelos suspeitos, no crime. O veículo tem autorização para fazer o trajeto São Gonçalo-Niterói. 

O delegado que vai abrir um novo inquérito para apurar os casos de roubo. 

O namorado da vítima foi algemado, espancado com uma barra de ferro e roubado, assim como a mulher. 

Os dois foram liberados pelos criminosos em Itaboraí, após passarem cerca de seis horas em poder dos bandidos, da 0h às 6h. 

A identidade das vítimas não foi divulgada pela polícia. “Eles se revezavam no motorista, na condução do veículo enquanto os outros dois atrás praticavam o crime de estupro e a violência contra o namorado da vítima com o veículo em movimento”, conta o delegado assistente da Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat), Rodrigo Brant. 

O delegado disse não ter dúvidas quanto a participação dos três suspeitos nos casos de violência sexual contra a brasileira e os estrangeiros. 

Segundo Braga, eles vão responder pelos crimes de estupro, roubo com três causas de aumento de pena — utilização de arma (eles usaram uma barra de ferro para espancar o rapaz), concurso de pessoas (quando há mais de uma pessoa praticando um crime) e privação de liberdade das vítimas por período relevante de tempo — e corrupção de menores. 

Segundo as vítimas, um menor de idade, que desceu no meio do caminho, trabalhava como cobrador da van. 

As penas somadas podem chegar a 29 anos de prisão.


PS: Quase inacreditável que estes vagabundos tenham circulado pela cidade inteira com uma van com permissão para andar somente em São Gonçalo e nenhum  blitz ou PM ostensivo tenha parado para pedir explicação... Quase inacreditável que uma delegada de polícia numa Delegacia de Mulher não tenha acudido uma outra mulher vítima de estupro... Chega a ser vergonhoso como operações policiais ostentando fuzis e viaturas interceptando nosso direito de voltar pra casa focando constrangimento contra cidadãos de bem nos importunando em barreiras para conferir data de pagamento de IPVA e validade de extintores e deixam passar uns bostas destes perambulando na 'Festa do Mal'... A Polícia necessita reavaliar métodos e condutas... Qualquer cidadão que tenha adentrado qualquer delegacia conhece a embromação para tentar desmotivá-lo já que isto irá atrapalhar sua escala de folga... É de praxe atendente desqualificar o incidente na sua circuncisão de ação da delegacia empurrando para outro bairro... Já... Se aparecer uma única personagem de novela global reclamando de fotos suas vazadas na rede a delegacia inteira pára para atendê-la... Está faltando padrão de atendimento policial onde todo cidadão é igual independente da repercussão midiática... A quadrilha da van exercitou banditismo durante meses sem ser importunada... Policial que só quer cumprir escala de 24 horas e sair de folga por 72 horas deve procurar outra função... JS










Um comentário:

  1. Concordo com voce Jorge. Na maioria das vezes as pessoas são desmotivadas de toda forma e maneiras para não efetuar o registro de ocorrência e sendo obrigadas a (quando têm alguém que as oriente) fazer uma petição pedindo o Registro. Só o (des)governo não sabe disso. Vi no jornal agoara que a delegada foi exonerada!

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