terça-feira, 19 de março de 2013

Vanessa Ricarda de Medeiros, advogada de 37 anos, é morta a pauladas pelo PM ar Gleyson Alex de Araújo Galvão, de 35, dentro de motel no RN







Juiz nega liberdade a policial acusado de matar advogada a pauladas no RN 

Magistrado entendeu que Gleyson Alex Galvão oferece risco à sociedade. 

PM é acusado de matar a advogada Vanessa Ricarda dentro de um motel. 


Anderson Barbosa 
Do G1 RN 


A justiça do Rio Grande do Norte negou, nesta segunda-feira (18), pedido de liberdade provisória feito pela defesa do soldado da Polícia Militar Gleyson Alex de Araújo Galvão, de 35 anos, acusado de matar a pauladas a advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 37. 

O crime aconteceu no dia 14 de fevereiro, dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros da capital potiguar. 

O PM, ex-namorado da vítima, foi preso em flagrante e encontra-se detido no quartel do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), na zona Norte de Natal. 

Ao negar o pedido de liberdade, o juiz Ederson Solano Batista de Morais, titular da comarca de Santo Antônio, analisou os pressupostos jurídicos fumus comissi delicti (prova da materialidade delitiva) e periculum libertatis (perigo da liberdade do acusado). 

No primeiro, ele entendeu que os indícios de autoria podem ser ilustrados pelos depoimentos colhidos no inquérito e demais provas coletadas. 

No segundo, o magistrado observou respaldado na constatação de que o réu, no ato da prisão, ameaçou de morte os policiais militares que o detiveram, “o que evidencia a grande possibilidade de que volte a delinquir caso seja posto em liberdade, sendo assim patente a necessidade de garantia da ordem pública através do seu aprisionamento”, pontuou. 

A denúncia feita pelo Ministério Público contra o policial foi acatada pelo juiz no dia 28 do mês passado. 

Em depoimento à polícia, Gleyson disse que a vítima, sua ex-namorada, teria ficado enfurecida com uma ligação que ele havia recebido e tentado agredi-lo. 

Em razão disso, os dois, “entraram em vias de fato e, durante essa contenda caíram ambos, não lembrando o que ocorreu depois disso”, diz o documento. 

Ainda segundo o depoimento, Gleyson afirma ter passado boa parte do dia anterior à morte da advogada bebendo com ela e que, a briga, teria sido iniciada porque ele havia se recusado a revelar o nome da pessoa que havia ligado para o celular dele. 

Também consta no relato do PM que ele “não sabe como aquele pedaço de madeira foi aparecer no interior daquele quarto”, acrescentando “que só depois da prisão começou a entender onde se encontrava, mas que os policiais de serviço não deixaram mais que ele entrasse no quarto”. 

Entenda o caso 

A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros foi morta a pauladas no dia 14 de fevereiro deste ano dentro do Motel Cactus, na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal. 

De acordo com a polícia, funcionários do local acionaram a guarnição depois que escutaram uma discussão do casal. 

“Eles ouviram a mulher gritando e nós fomos chamados”, contou o tenente Everthon Vinício, do 8º Batalhão da PM. 

Ainda segundo o oficial, Gleyson foi encontrado na área comum do motel. 

O tenente contou também que o policial apresentava sinais de embriaguez e manchas de sangue pelo corpo. 

“Ele vestia somente um short, que estava todo sujo de sangue”, afirmou. 

Ao entrarem no quarto, os policiais encontraram a advogada desacordada e ensanguentada. 

“O rosto dela estava bastante desfigurado e os objetos do quarto revirados”, relatou o delegado Everaldo Fonseca. 

A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros foi inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil em 2011. 

O corpo dela foi enterrado no dia 15, no cemitério público da comunidade de Santo Antônio da Cobra, distrito a 18 quilômetros de Parelhas, na região Seridó do estado.




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