segunda-feira, 25 de março de 2013

Leila Soares, diretora da Escola Municipal João Kopke: Carta-Desabafo após ser agredida por aluno de 15 anos de idade no RJ












"Quantas vezes nos indignamos quando sabemos de casos de agressões a colegas, profissionais como nós. 
Mas não nos indignamos o suficiente por acharmos que ainda está muito distante... 
De repente, chega a nós. 
O corpo dói. 
Mas a dor vai passando com gelo, analgésico, remédios... 
O coração, este fica tão apertado que parece que sobra espaço em torno dele de tão pequeno. 
Este espaço é preenchido com dor. 
Que não tem remédio. 
A alma fica endurecida. 
Parece que sai do nosso corpo... 
A pele dói. 
O sangue circula doendo. 
Os membros movem-se doendo. 
Perdemos o chão. 
Não temos onde nos agarrar. 
Só o carinho dos amigos (conhecidos ou não) é que nos conforta. 
Sofremos nós, nossos parentes, nossos amigos, nossos companheiros. 
Sofre uma sociedade inteira que vive temerosa porque não temos quem nos proteja. 
O agressor sai de cabeça erguida, olhando para trás e rindo. 
Não só do agredido, mas de cada um de nós. 
Ri daquele que foi empurrado, xingado, ameaçado, chutado, socado. 
Ri daquele que o tirou e tentou mostrá-lo o erro. 
Ri do erro... 
Ri de quem não deveria mais permitir o erro. 
Ri da sociedade que fica refém enquanto ele continuará empurrando, xingando, ameaçando, chutando, socando... 
Ri do sangue que escorreu, do rosto que machucou, da alma que feriu. 
Apenas sai, impune, e olha para trás, e ri. 
Para mais adiante deixar refém mais muitos. 
Quem somos nós, Educadores? 
Pois eu sei quem somos nós: 
Somos aqueles de quem ri o que sai impune, olhando para trás e rindo. 
Será que serei só mais uma? 
Ou a última?"




PS: Pois é, não basta somente transferir de escola o agressor e ficar tudo por isto mesmo... Resta punição tão pesada quanto a Lei permita incluindo reclusão em entidade de ressocialização... Se este adolescente não sentir a mão pesada da Justiça a sociedade estará germinando mais um ovo da serpente onde através das finas membranas já possível antever o que nos aguarda... JS










Um comentário:

  1. No seu artigo, Lula é *difu*, 10/dezembro/2008, no site Usina de Letras, Carlos Reis, dentre outras coisas, escreveu;
    "Lula está deixando o povo brasileiro com a sua cara, a sua fuça, a sua carantonha vulgar e baixa. A nossa tão propalada "macunaimidade" era regional, pontual. Com Lula ela virou instituição nacional permanente."
    A crônica completa está aqui;
    http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=4657&cat=Reda%E7%E3o&vinda=S

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