sábado, 19 de janeiro de 2013

Não quero ver você tão triste assim

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Toda mulher um dia  vira bailarina...

Ao invés de exercitarem ponto de crochê, tricô em cruz e pão feito em casa no forno à lenha da vovó  transformam-se em inacreditáveis pés de valsa...


E depois postam fotos no Facebook ao lado de amigas umas dançando com as outras na falta de parceiros...

A Academia do Jayme Arouxa e do Carlinhos de Jesus vivem lotadas a confirmar minha maldita tese terceira idade...

O primeiro sinal que alguma mulher começou a sentir o peso do tempo inclemente da lei da gravidade é quando nos informa que adora dançar desde criancinha...

Homem não...

Vira um viciado em baralho na praça e dominó...

Daí, o que fazer, ilustríssima senhôra mademoiselle?


Então...

Mulheres partem à exercitar seus dotes naturais nos mais variados ritmos...

Do mambo ao rebolation...


Se for uma Carla Perez casa com um descalço frajola e vida que segue...

Outras...

Normalmente aguardam o marido enfartar para calçarem sapatilhas...

Quando o teimoso futuro féretro esposo sisma em não bater as botas, tratam de enfiar um pé no fundilho do sola travada e quadril duro que não teve perspicácia, ainda em vida, de adestrar-se a requebrar tango eficiente tal um Al Pacino cafungando seu cangote Perfume de Mulher que ela investiu barbaridade da aposentadoria pecúlio num Victoria Secret Pure Seduction Lotion Mist Wash...

Ontem descobri no Facebook uma senhôra que me ameaça frequentar academia compulsiva e outra que finalmente descobriu promoções da Victoria Secrets muito embora eu prefira fungar Chance da Chanel...

Ora!


Preferível descompromissadas para não  virar melodrama Parintins com requintes amazônicos boi caprichoso John Travolta ou Tony Manero  chifrudo touro teimoso ao som de Bee Gees..

Jorge Schweitzer e Chico Buarque são os últimos idosos cobiçados de todo plantel tupiniquim de boa cepa pois...

Agora...

Sou sujeito rústico, escolado no asfalto, becos e além de surdo do ouvido direito conhecedor dos abandonos da alma feminina maltratada...

Falando em becos...

Amanhã vou estar no Beco dos Ratos ali na Lapa...

Rola um chorinho por lá até meia noite, depois um filme no telão...

Curioso né?

Depois de você transbordar a caveira não vai entender patavinas de filme algum...

Dia desses fui convidado, por um dos sócios do celebrado bar disputado por cervejarias, para conhecer o local...

Semana passada o Globo enviou gourmet para provar fígado com quiabo no Beco e reproduziu o feito na coluna do Joaquim Ferreira dos Santos...

Ecatz...

Prefiro mousse de rins...


Mas...

Não fique triste; a felicidade até existe; enxugue a lágrima; olhe o céu azul; azul até demais; vamos sair; por que saber onde ir; não chore nunca mais; olhe o céu azul; azul até demais...

Fiu, Fiu, Fiu...

Firi fiu fiu...






Jorge Schweitzer

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