quinta-feira, 5 de julho de 2012

Delegado da DIG sobre Demival Vasques Filho: “Aparentemente, Demival estava passeando na Argentina”




O gerente de uma pousada de Foz do Iguaçu (PR) ajudou a Polícia Civil de Rio Preto a pôr fim ontem ao mistério do desaparecimento do empresário Demival Vasques Filho, 30 anos, o Demi. Segundo a polícia apurou, durante o período em que o seu paradeiro era desconhecido, o empresário, que não é visto na cidade desde sábado, ficou hospedado em Foz do Iguaçu, fez compras no Paraguai, e passeou na Argentina.

Trabalhavam no caso desde segunda-feira policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto, de São Paulo, de Foz de Iguaçu, e até a Polícia Federal. Segundo o delegado responsável pelas investigações, José Augusto Fernandes. da DIG, o caso está resolvido, só falta o empresário aparecer. “Acreditamos que ele esteja bem, e voltando para Rio Preto. Para a polícia, não houve crime, não houve roubo, sequestro, nem latrocínio. Agora, queremos saber o motivo da saída dele da cidade. Pode ser que ele tenha de explicar isso para a polícia.”

Demi deixou a pousada em Foz do Iguaçu na tarde de terça-feira, e, até o início da noite de ontem, a polícia não tinha mais informações sobre seu destino. Ele não dá notícias à família desde a 1h40 do sábado, mas foi visto pela última vez às 11h do mesmo dia, por uma conhecida, no bairro Boa Vista.

A família dele registrou boletim de ocorrência às 12h35 do domingo, mesmo dia em que o rapaz dava entrada na pousada em Foz do Iguaçu. O caso ganhou repercussão nacional depois que sua irmã, a professora Débora Vasques, 34, começou, ainda na tarde do sábado, a uma campanha na rede social Facebook divulgando o desaparecimento.

Ela alcançou seu objetivo, pois foi navegando pela internet ontem de manhã que o gerente da pousada, que não quis ser identificado, reconheceu Demi como um de seus hóspedes, e entrou em contato com a polícia. “Ele chegou domingo e saiu segunda-feira de manhã. Aí retornou no mesmo dia à tarde, dormiu, e saiu na terça-feira ao meio-dia. Durante o tempo que ficou hospedado, comprou roupas no Paraguai. Estava tranquilo, como qualquer turista”, contou o gerente da pousada. Ele disse que Demi carregava uma pequena mochila, e que não o viu acessar a internet. “Chegamos a conversar, e ele disse que tinha vontade de conhecer Ushuaia (cidade da região da Patagônia argentina).”

Ao se deparar com a notícia do sumiço do empresário na rede, o gerente chamou outros funcionários e hóspedes que conversaram com Demi na pousada, e todos confirmaram a suspeita. “Na hora só pensei: esse cara deve ter alguém da família preocupado com ele, pensando que está morto, que foi sequestrado. Então liguei para a polícia.” O gerente encaminhou à polícia em Rio Preto uma imagem da ficha de registro de hóspedes preenchida por Demi, e a família reconheceu sua assinatura. O homem contou ao Diário que o empresário aparece em imagens das câmeras de segurança da pousada, mas que as fornecerá somente à polícia, caso seja solicitado por meio de ofício.

Para completar o quebra-cabeças, segundo o delegado da DIG, um policial rodoviário federal viu ontem a foto da habilitação do empresário registrada no momento em que ele cruzou a fronteira com a Argentina. Naquele país, ele ficou das 10h às 16h da segunda-feira, mesmo período que esteve fora da pousada em Foz do Iguaçu.

Por volta das 15h de ontem, a irmã de Demi escreveu no Facebook que a polícia tinha recebido uma ligação “de que tinham visto ele cruzando a Argentina”. “Espero realmente que isso seja verdade, pois assim meu irmão está vivo!!!” O Diário deixou recados no celular de Débora, mas ela não retornou. Pela manhã, ela havia dito que o irmão deveria estar com algum problema pessoal para ter esse comportamento, e que não possui dívidas com fornecedores do festival de rock que promoveu em maio.


Reportagem: Graziela Delalibera

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