segunda-feira, 7 de maio de 2012

Wagner Costa Lira da Silva, vendedor de cuscuz e cocada em Copacabana, agredido pela Guarda Municipal sob alegação de 'desacato a autoridade'





Tássia Thum Do G1 RJ


“Levei pontapés, fui enforcado e algemado. O que fizeram comigo não se faz nem com um cachorro”. Esse é o desabafo do camelô Wagner Costa Lira da Silva, de 30 anos, que acusa dois guardas municipais de agressão, na tarde desta segunda-feira (7), em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Os guardas foram autuados e serão indiciados por abuso de autoridade e lesão corporal.

De acordo com a polícia, a confusão teve início quando um dos guardas pediu que o camelô retirasse o carrinho de doces da calçada, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, próximo à Rua Hilário de Gouveia.

O delegado Bruno Gilaberte, da 12ª DP (Copacabana), responsável pela investigação do caso, explicou que os guardas alegaram que foram vítimas de desacato a autoridade. Em depoimento, eles disseram que o camelô xingou e demorou a tirar o carrinho da calçada. Ainda segundo o delegado, os guardas afirmaram que as marcas no pescoço e no pulso do camelô aconteceram quando eles tentavam algemar o rapaz para levá-lo à delegacia.

Câmeras de segurança
O delegado diz que cinco testemunhas foram ouvidas e todas contestaram a versão dos guardas. Para Bruno Gilaberte, houve um exagero na conduta dos guardas municipais.

“Acredito que houve um certo exagero dos guardas, já que todas as pessoas ouvidas argumentam que o camelô não se negou a retirar o carrinho. Vou pedir imagens de câmeras próximas ao local para verificar como tudo aconteceu”, explicou Gilaberte.

Além dos machucados, Wagner contou que teve o carrinho de doces destruído pelos guardas. “Tive um prejuízo de mais de R$ 400. Acordo todo dias às 4h, para preparar cuscuz e cocada. Tenho dois filhos pequenos e essa é a forma que tenho para sustentar a minha família. Só quero poder voltar a trabalhar. Acho que os guardas foram despreparados e mostraram que não têm capacidade para atuar nesse tipo de serviço”, lamentou o rapaz.

O camelô foi medicado e passou por exames na Unidade de Pronto-Atendimento, em Botafogo, na Zona Sul. Em seguida, ele foi encaminhado para fazer exame de corpo de delito.

A Guarda Municipal do Rio informou que está acompanhando o caso na delegacia. Caso seja comprovado o excesso por parte dos guardas, será aberto procedimento apuratório na Corregedoria da GM-Rio.



PS: Vamos reconduzir que GM não é autoridade, assim como PM e policial civil também não... São agentes da Lei... A única autoridade policial no Rio de Janeiro inteiro é o Secretário de Segurança... Mas, enquanto todo cuidado é reservado ao carrão do filho do Eike para não ser arranhado, o carrinho de cuscuz do Wagner Costa Lira da Silva é albarroado pela prepotência dos despreparados... O paralelo entre o episódio do vendedor de cuscuz e cocada e o tratamento vip que tem sido concedido ao filho de bilionário e à atriz da Globo Carolina que se fotografou nua sentada no vaso sanitário demonstra o quanto é fundamental que a Internet insista para privilégios seculares da época do Império não registrem para nossas próximas gerações o quanto fomos relapsos e subalternos com falsos donos desta odiosa capitania hereditária tupiniquim... JS





2 comentários:

  1. sem falar que os guardas recebem, seu salários dos impostos pagos pelo camelô.

    afinal o carrinho estava atrapalhando ? o locar é proibido vender ? não pode parar ali ?

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  2. Não tô querendo defender os guardas não, mas camelô não paga imposto né...

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