Ex-membro da Corregedoria investigado por milícia deve se entregar
O ex-chefe do cartório da Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio) Anísio de Souza Bastos deve se entregar à polícia. Ele é apontado como integrante da milícia conhecida como Liga da Justiça, que atua na zona oeste do Rio.
Um mandado de prisão contra ele já foi expedido, mas até o início da tarde ele ainda não tinha sido preso na operação Pandora, desencadeada para desarticular a milícia. Ao todo, 18 mandados foram expedidos, mas apenas dez foram cumpridos.
Segundo investigações, Bastos, quando lotado na Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio), entre 2010 e o primeiro semestre deste ano, abastecia a quadrilha de informações sobre operações policiais que afetassem a atuação do bando.
Além disso, ele alimentava operações contra rivais da Liga da Justiça dentro da Polícia Civil. De acordo com o delegado Alexandre Capote, da Draco/IE (Delegacia de Repressão às Ações do Crime Organizado e Inquéritos Especiais), Bastos recebia R$ 40 mil mensais pelo serviço.
De acordo com investigações da Secretaria de Segurança e do Ministério Público, a milícia é liderada pelo ex-PM Toni Angelo Souza de Aguiar, que também está sendo procurado.
Além das prisões, foram apreendidos ainda na operação de hoje armas, carregadores e uma luneta que, segundo policiais, era usado para observar moradores da região.
CRIMES
De acordo com a polícia, o grupo explora os moradores com o controle do serviço de transporte alternativo de vans e mototáxis, exploração de caça-níqueis, monopólio da venda de botijões de gás e água, cobrança de taxa de segurança e transmissão de sinais de televisão e internet.
A polícia aponta ainda o envolvimento dos suspeitos em homicídios qualificados, extorsões, ameaças, posse e porte ilegal de armas de fogo. Entre a área dominada pelo grupo estão Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo, Paciência, Sepetiba e adjacências.
O grupo conhecido como Liga da Justiça é, segundo a polícia, conhecido como uma das mais perigosas milícias da cidade do Rio. Os ex-parlamentares Natalino Guimarães e Jerônimo Guimarães, o Jerominho, são apontados como criadores do grupo. Ambos estão presos.
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