terça-feira, 16 de agosto de 2011

Rose Leonel => Integra da entrevista onde a jornalista, que é evangélica, conta detalhes de seu relacionamento com Eduardo Gonçalves da Silva









Rose Leonel diz que fotos eram fantasia do ex

Carla Guedes

A Vítima de crime cometido pelo ex-namorado - que, inconformado com o fim do namoro , divulgou fotos da ex-companheira nua na internet -, a jornalista e apresentadora de TV, Rose Leonel, 40 anos, venceu esta semana uma batalha judicial.

O ex-namorado, empresário Eduardo Gonçalves da Silva, foi condenado a um ano, 11 meses e 22 dias de detenção. A pena - apesar de branda, na opinião de Rose - significou um "alívio moral".

Silva postou as fotos de sexo explicito após o término do namoro de três anos e meio. Desde 2006, quando as primeiras imagens apareceram, Rose luta na Justiça pela condenação do antigo companheiro e por uma indenização milionária. "R$ 1 milhão não pagaria o que ele fez comigo", diz.

As fotos foram mandadas para as caixas de e-mails de vários maringaenses e foram parar em sites pornográficos da Rússia, Holanda e Alemanha. Junto com as fotos, Silva divulgou telefones de Rose e ela passou a receber ligações de homens interessados em agendar programas: "Ele (o Eduardo) me vendia como uma prostituta".




Rose Leonel
O drama vivido pela apresentadora deve virar livro. Pelo menos essa é a intenção dela, que desde 2006 escreve crônicas e poesias que contam o sofrimento pelo qual passou. Agora, ela precisa de ajuda para publicá-lo. "Eu fui assassinada moralmente e perdi tudo, menos a fé", desabafa Rose, que é evangélica.

"Homens me ligavam para marcar programas. Perdi o emprego, troquei de telefone várias vezes. Eu sofri um assassinato moral. O telefone não parava de tocar, era um inferno"

"Fazer as fotos era uma fantasia dele (do Eduardo) e uma condição para que ficássemos juntos. Eu gostava muito dele e depois de um tempo eu cedi. Pensava: Cada louco com a sua mania, né?"


O Diário - Como você conheceu o empresário Eduardo Gonçalves da Silva?

Rose Leonel - Eu tinha um programa na TV e fui oferecer divulgação do shopping (ele era da diretoria do Shopping Avenida Center). Eu o conheci e começamos a conversar.


O Diário - Como o relacionamento comercial se transformou em namoro?

Rose Leonel - O trabalho de divulgação que fazíamos começou a se tornar mais frequente. Eu era casada e fiquei viúva. Passei por um período difícil, sofri muito com a perda do meu marido (ela ficou casada sete anos e o marido faleceu de infecção no coração) e o Eduardo se mostrou bastante prestativo. E assim o relacionamento comercial tornou-se amizade e a gente acabou namorando.


O Diário - Como era o namoro de vocês

Rose Leonel - Ele era uma pessoa muito reservada. Foi um namoro como todos os outros, quase.


O Diário - Você estava apaixonada?

Rose Leonel - Sim. Ele apareceu na minha vida em um momento em que eu estava vulnerável e acabei me apegando muito a ele. Namoramos por três anos e meio e tínhamos praticamente uma relação estável. Iríamos casar.



O Diário - Ele se dava bem com seus filhos?

Rose Leonel - Com o tempo, a relação dele com meus dois filhos (Rose é mãe de dois adolescentes) ficou difícil e tive dúvidas sobre o namoro. Ele teve divergências com meus filhos. Achei que seria complicado passar o resto da vida com ele. Aí resolvi dar um tempo. Ficamos um mês separados. Depois, falei que não teria volta. Sofri muito em me separar. Disse que embora estivesse sofrendo e o amasse, o melhor a fazer seria terminar. Ele se descontrolou e não aceitou.


O Diário - Ele ficou muito nervoso com o fim do namoro?

Rose Leonel - Ficou descontrolado. Eu nunca o tinha visto daquele jeito. Ele me ligou, gritando, dizendo que iria acabar com a minha vida se não voltássemos. Fiquei com medo.


O Diário - Você disse que seu namoro era quase normal...

Rose Leonel - Eu descobri que ele grampeou o telefone da minha casa. Ele era persecutório e essa era uma das coisas que me preocupavam. Por causa disso, brigamos e terminamos. Eu não tinha nada a esconder e me senti muito invadida com a atitude dele. Só que depois nós voltamos. Essas coisas foram tirando a minha paz.

O Diário - Você flagrou troca de e-mails entre Eduardo e o técnico de informática, né?

Rose Leonel - Sim. Ele tinha a senha do meu e-mail e eu a do dele. Quando já estávamos separados, vi e-mails que ele mandou para um técnico dizendo que queria divulgar as minhas fotos na internet. Ele queria que a minha vida acabasse. Eu peguei os e-mails e levei a um advogado, que me aconselhou a fazer uma notificação em cartório. Fizemos e o Eduardo assinou. Isso foi no final de 2005. Nesse tempo, sofri e chorei muito. Pedi uma orientação a Deus. Como o crime ainda não tinha acontecido, o que foi possível fazer eu fiz.


O Diário - Como você ficou sabendo que as fotos foram parar na internet?

Rose Leonel - Em janeiro de 2006, eu tirei férias e viajei para Foz do Iguaçu. Lá, recebi ligações de amigos dizendo que estava acontecendo uma loucura em Maringá. Todo mundo estava recebendo e-mails com fotos minhas nuas. Foi aí que começou o meu martírio. Eu fiquei arrasada. Ele chegou a mandar as fotos para o e-mail do hotel onde eu estava hospedada. Ele foi sádico e cruel. Fazia capítulos das fotos e soltava as imagens aos poucos. Eu fui sendo torturada com esse sadismo. Como ele divulgava os meus telefones nos e-mails, homens me ligavam para marcar programas. Perdi o emprego, troquei de telefone várias vezes. O telefone não parava de tocar, era um inferno. Sofri um assassinato moral. Ele gravou CDs e distribuiu em prédios, imprimiu as fotos e entregou no comércio.


O Diário - E os seus filhos?

Rose Leonel - Meu filho chegou a falar: 'Mamãe, troca de nome'. Um dia, minha filha ligou e disse: 'Mãe, vem me buscar porque eu estou escondida no banheiro. As meninas descobriram as fotos na internet e estou com medo'. (Rose chora). Os dois trocaram de colégio e o meu filho foi morar em Londres (onde está até hoje). O meu filho brigava todo dia na escola. Eu tinha que deixá-lo a um quarteirão do colégio, porque ele não queria que soubessem que eu era a mãe dele.


O Diário - De quem foi a ideia de fazer as fotos íntimas?

Rose Leonel - Dele. Ele me pedia insistentemente. Fazer as fotos era uma fantasia dele e uma condição para que ficássemos juntos. Eu gostava muito dele e depois de um tempo eu cedi. Pensava: 'Cada louco com a sua mania, né'? Só que eu quero deixar claro que 70% das fotos que estão na internet não são minhas, são montagens.


O Diário - Pensou em sair da cidade?

Rose Leonel - Várias vezes. Sofri processo de exclusão social aqui. Fui banida da sociedade, penalizada, julgada e condenada a ficar longe dela. Eu decidi ficar em Maringá e lutar pelos meus direitos. Eu não era a criminosa,e sim a vítima. Eu queria provar que jamais quis me expor. Depois do escândalo, me reservei, fiquei em casa e parei de ir a eventos.Tinha vergonha.


O Diário - Está namorando?

Rose Leonel - Sim, há dois meses. Fiquei esse tempo todo sozinha. É traumatizante amar uma pessoa que se mostrou um canalha.


O Diário - A sentença foi justa?

Rose Leonel - De certa forma foi branda porque o cúmplice foi absolvido, mas não deixou de ser um alívio moral. Ele me queimou viva e essa condenação é o meu registro de nascimento.


O Diário - Muitos dizem que você se aproveitou da exposição. O que tem a dizer sobre isso?

Rose Leonel - Isso seria uma atitude infeliz, pobre e ignorante da minha parte. Eu jamais gostaria de ter uma publicidade dessas.


O Diário - Você move processo de danos morais contra o Eduardo. Quanto quer de indenização?

Rose Leonel - R$ 1 milhão é pouco.




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