Justiça bloqueia bens de dono de Porsche envolvido em acidente em SP
Decisão do TJ de São Paulo foi anunciada nesta terça-feira (16).
Colisão provocou morte de advogada no dia 9 de julho.
Do G1 SP, com informações da Agência Estado
Os bens do engenheiro Marcelo Alves de Lima, de 36 anos, foram indisponibilizados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A decisão foi tomada nesta terça-feira (16). Lima bateu seu veículo, um Porsche, no carro da advogada Carolina Menezes Cintra, de 28 anos, no dia 9 de julho, no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo. Ela morreu no local.
O engenheiro chegou a ser preso, mas pagou fiança de R$ 300 mil. Ele responderá ao processo em liberdade. Em depoimento no dia 21 de julho, Lima disse que se assustou com uma pessoa que apareceu ao seu lado e acelerou temendo ser assaltado.
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Dono de Porsche chora ao falar sobre acidente em SP, diz delegadoCâmeras flagram socorro a vítimas de acidente com carros de luxo em SPVídeo mostra Porsche em alta velocidade antes de batida em SPInquérito de acidente com Porsche deve ser concluído em setembroJá segundo depoimentos de testemunhas, a velocidade do Porsche era alta, calculada em mais de 150 km/h. O engenheiro, no entanto, disse que estava um pouco acima de 60 km/h. A juíza Margot Chrysostomo Correa Begossi, da 5ª Vara Cível do fórum de Pinheiros, apresentou a seguinte justificativa para a sua decisão: “A presente medida visa garantir a satisfação de futuro crédito a ser obtido em ação de danos morais que será ajuizada, oportunamente pelos autores, pais e irmãos da vítima".
Segundo ela, "a conduta irresponsável e egocêntrica (sim, porque imprimir cerca de 150 km por hora em um veículo na via pública de uma cidade como São Paulo só pode nos levar a crer que ele, o réu, desconhece que a rua é um local público, que pertence a todos e não somente a ele) certamente será repetida no que se refere a real possibilidade de dissipação ou ocultação de seu patrimônio afim de não suportar eventual condenação e danos morais".
Na decisão, ela afirmou ainda que "o réu deverá ser responsabilizado com todo o rigor para que sirva de exemplo aos demais motoristas irresponsáveis e que tiram vidas precocemente no nosso trânsito e, levando-se em linha de conta que os pressupostos da responsabilidade civil".
O G1 deixou recado no celular do advogado do engenheiro, Pedro Horta, para saber a posição dele. Ele não foi localizado.
O inquérito sobre o acidente deve ser concluído em setembro, segundo o delegado Noel Rodrigues de Oliveira Júnior. De acordo com ele, o Instituto de Criminalística (IC) pediu um prazo de mais 30 dias para entregar os laudos que vão identificar a velocidade do veículo no momento do acidente. Os documentos deviam ter ficado prontos no início de agosto.
A previsão para o IC entregar os documentos é para o dia 9 de novembro. Com os laudos em mãos, o delegado pretende concluir o inquérito em cinco dias.
O dono Porsche prestou depoimento no dia 21 de agosto, no 15º DP, no Itaim Bibi. Segundo Noel Rodrigues de Oliveira Santos, ele chorou ao falar sobre o acidente. "Ele chegou a chorar na hora que ele falou de quando ele tomou conhecimento que a menina tinha falecido", afirmou o delegado.
No depoimento, ele disse ainda que não se recorda de nada do momento do acidente. Oliveira Júnior disse que ele se lembra apenas de que, momento antes, acelerou o carro porque sentiu a aproximação de duas pessoas. "Ele só se recorda de ter arrancado da Rua João Cachoeira. Arrancou de uma maneira um pouco mais contundente. Havia duas pessoas ali e ele desconfiou que poderia ser vítima de assalto", afirmou o delegado.
O motorista disse à polícia que viu apenas um vulto antes da colisão. "Ele chega a dizer que viu um vulto, mas já era tarde demais, não tinha mais tempo para qualquer reação dele."
Laudos
A suspeita é que o carro estivesse a 150 km/h no momento da colisão com o veículo da advogada. "Ele nega veementemente que estava naquela velocidade", afirmou o delegado.
Segundo o delegado, os laudos do IC deverão medir a velocidade levando em consideração o peso dos dois carros e a velocidade com que o carro da vítima foi arremessado no poste. A polícia constatou que o velocímetro do carro não travou após o acidente.
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