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Eu tinha onze anos de idade...
O Brasil estava sob ditadura militar...
Anos de Chumbo!
Censura, prisões, tortura...
Os militares prepararam um show de intimidação para a apresentação de 'Disparada' de Geraldo Vandré...
10 de outubro de 1966...
Espalharam oficiais fardados e policiais descaracterizado do Dops pelo Teatro Record Consolação de São Paulo...
A sociedade resolveu reagir a censura prévia...
Socialites e artistas marcaram presença na platéia ostensivamente...
Todo mundo deu a cara a tapa...
Jair Rodrigues incorporou de corpo e alma a canção numa performance memorável...
Houve uma expectativa aguardando a estrofe: "Então não pude seguir; valente em lugar tenente; e dono de gado e gente; porque gado a gente marca; tange, ferra, engorda e mata. Mas com gente é diferente!"...
A platéia veio abaixo...
Desfez-se o nó na garganta...
"No reino que não tem rei"...
Jorge Schweitzer
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
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Há controvérsias meu caro companheiro. A marcha da família com Deus pela liberdade, que reuniu mais de 500.000 pessoas, lotaria pelo menos 500 auditórios comandados pela minoria barulhenta da época, que hoje se proliferou e transformou o Brasil nesse mar de lamas que sufoca até você, bravo guerreiro, que luta incansavelmente por justiça.
ResponderExcluirJoão,
ResponderExcluirNão posso concordar com qualquer regime que censura, tortura e mata mesmo que ele esteja respaldado na maioria absoluta...
Numa sequência natural do caminhar da humanidade muitos se aproveitaram da época de ditadura para inflarem suas biografias de mentira com episódios de versões fantasiosas...
A refilmagem da Revolução dos Bichos onde os porcos atuais a cada vez mais se parecem com os humanos que eles substituiram...
Abraço,
JS
Não entendi a colocação de João Batista. Acho perigosíssimo juntar as palavras liberdade com a noção de Deus. Veja bem que não menciono Deus e sim a "noção" de Deus.
ResponderExcluirÉ muito importante lembrar que milhares de pessoas foram mortas (queimadas, trucidadas, fuziladas) no passado porque não acreditavam em Deus. O preconceito para com quem não acredita em Deus ainda é imenso, especialmente num país ignorante como o Brasil.
Seria muito importante ainda que nossas escolas ensinassem um pouco sobre noções de consciente coletivo através da história da humanidade, ao invés de ensinar tanta porcaria inútil como vem fazendo desde que me conheço por gente. Gente como Freud e Jung foram pioneiros na análise da psicologia humana. Acredito que lendo um pouco dessa literatura ajuda muito a ao menos tentar entender nossos comportamentos sociais. Digo isso porque essa é a única forma do ser humano começar a pensar o que ele é, e de entender porque precisamos de um Deus, porque buscamos o poder ou os poderosos, como essas noções se manifestam, etc.
Aliás, é curioso como sempre haverá um ditador. Quando achamos que acabamos com todos, haverá a noção de um Deus todo poderoso mandando em tudo e todos. Até que um dia estaremos num nível mais profundo e não precisaremos mais dessas noções artificiais. Quem sabe...
Otávio
Mas vai aqui embaixo a matéria sobre pessoas que ESTÃO ACIMA DA LEI!
ResponderExcluirSão esses abutres que decidem as leis que definirão o futuro de nossos filhos, acreditem se quiser. Esse assassino em potencial estava bêbado e recusou-se a fazer o teste do bafômetro.
Essa é a gente que decide por aumentar o próprio salário e mandar toda a população do Brasil ir pra PQP todos os dias. Mas votamos nesses abutres, portanto temos o que merecemos.
Otávio
Do agestado
Carro do deputado federal Alexandre Leite da Silva bate na região de Interlagos, em São Paulo
Ricardo Valota - O deputado federal Alexandre Leite da Silva, de 21 anos, do DEM, filho do vereador paulistano Milton Leite, se envolveu em um acidente de trânsito, às 3 horas desta madrugada de sábado, dia 19, na região de Interlagos, zona sul da capital paulista.
Segundo policiais militares da 3ª Companhia do 27º Batalhão, o deputado perdeu o controle do veículo, um Chevrolet Captiva preto, e atingiu violentamente um poste na Rua Professor José Ferraz de Arruda Júnior, paralela à Avenida Interlagos, próximo ao autódromo.
Com ferimentos leves, o parlamentar foi encaminhado pela PM para o Hospital Albert Einstein. Após ser abordado pelos policiais, que desconfiaram de uma possível embriaguez, Alexandre Leite, irritado e bem alterado, se recusou a realizar o teste do bafômetro.
Até as 6 horas, os policiais civis do 48º Distrito Policial (DP), de Cidade Dutra, e do 102º DP, do Socorro, não haviam decidido em qual plantão o caso seria registrado.
Otávio,
ResponderExcluirO amigo João está falando de uma grande passeata que foi realizada por organismos de direita como a TFP (Tradição Família e Propriedade) que também fez na ocasião campanha "Ouro para o Brasil" onde muitos brasileiros deixaram alianças, medalhas e cordões que serviriam para a nova era pós golpe...
Ninguém tem a menor idéia de onde foi para este ouro...
JS
Otávio:
ResponderExcluirVocê deve ser novo e não deve ter a percepção do que ocorreu a partir de 1964.Eu sei um pouco porque estava lá.
Não tem nada de Deus nesse assunto. O nome que deram na época à marcha de quinhentas mil pessoas tentando impedir que o comunismo se instalasse no Brasil, como de fato, graças ao Regime Militar não se instalou, senão hoje seríamos uma Cuba, com milhares e milhares de mortos no paredon, como os 17.000 fusilados em Cuba, se chamava "A Marcha da Família com Deus pela Liberdade atribuída pelo povo nas ruas.
Por favor, não queiram glamourizar os comunistas, pois era pessoal da pesada, assassinos, terroristas, assaltantes, sequestradores e queriam que fossem tratados a pão de ló?
Jorge e João Batista,
ResponderExcluirAgradeço pelos esclarecimentos.
Entendo que a marcha tinha a ver com Deus sim na medida que usava essa noção para atrair participantes. Acabo de ler um pouco sobre a marcha e pelo que vi muita gente participou achando que era de cunho exclusivamente religioso. Mas enfim, entendo que o foco do João Batista não era falar de Deus. Achei que fosse, mas eu estava enganado.
Não quero simplificar muito, mas pra mim o comunismo no Brasil é fruto de alguns deslumbrados acadêmicos inconsequentes.
A essência do comunismo não funciona, é contra a natureza humana. Assim como me é estranho o conservadorismo mesquinho e ignóbil representado por facções do tipo TFP (tradição família e propriedade). Nesse caso é o péssimo sendo confrontado pelo horrível.
Também não creio que o capitalismo voraz como o que vivemos hoje tem um futuro muito promissor. Mas quem sabe um dia poderemos pensar de uma forma um pouco mais equilibrada, não é? No Brasil, tudo está nas mãos de "Deus". Nada mais conveniente para uma sociedade que pensa muito pouco.
Dá pra ver que será um longo processo, mas quem sabe...
Otávio