Carlos da Cruz Sampaio Junior, o que foi sem nunca ter sido...

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O falso tenente-coronel do Exército Carlos da Cruz Sampaio Júnior, 44 anos, é uma figura impar...

Carlos da Cruz Sampaio Júnior sempre sonhou ser importante, vejam o depoimento do comerciante Augusto José dos Santos, 72 anos:

- Sou amigo do pai dele de longa data. Ele era um menino abobado. O amor por essa profissão subiu á cabeça.

Mas Carlos da Cruz Sampaio Júnior chegou lá...

Se tornou funcionário importante da Coordenadoria da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operação auxiliando na distribuição dos policiais e no planejamento das polícias Civil e Militar...

Sua sala ficava ao lado do secretário de Segurança José Mariano Beltrame...

Deu cursos de tiro no Colégio Militar; frequentou cerimonias oficiais como autoridade importante; coordenou operação policial na Ilha do Governador onde abateu a tiros um bandido e...

Até teve festividade comemorativa - com direito a drinques, salgadinhos e fanfarra de banda oficial - quando chegou na repartição e avisou que acabara de ser promovido no Exército...

Carlos da Cruz Sampaio Júnior mantinha em sua casa um baú com diversas fardas de todas instituições...

Conforme necessitasse se apresentava com uniforme dos bruxos do Bope, de comandante do exército ou até do exército da salvação se fosse necessário...

Lembram daquele episódio da invasão do Bonde do Nem da Rocinha ao Hotel Intercontinental?

Carlos da Cruz Sampaio Júnior também estava lá...

No meio da muvuca...

Ostentando colete da Polícia Civil...

Coordenando operações complicadas...

Uma figuraça 171 o Carlos da Cruz Sampaio Júnior...

Este trouxa foi entrevistado, barbado e abatido, pelo G1 na carceragem da Polinter no Grajaú e declarou que era 'muito bom no que fazia'...

Também acho...

Este camarada Carlos da Cruz Sampaio Júnior tem talento para estelionatagem...

Um delegado amigo me contou que sempre que aparece 171 na delegacia sequer permite que ele lhe dirija a palavra...

Eles são perigosos...

Tempos atrás deixou um deles depondo para o escrivão e ao retornar ao cartório encontrou o acusado datilogrando o próprio depoimento e o agente policial bebendo café e morrendo de rir das histórias do sujeito...

Todo mundo cai na lábia...

Até eu...

Tempos atrás conheci uma moça que se apresentou como advogada e ex-policial...

Para fundamentar seus delírios enviou email postado de escritório advogatício de ponta como Doutora e fotos de treinamento de tiro no estande do Cajú segurando uma pistola prateada...

Como todo velho trouxa fiquei mais impressionado com a fina estampa do que com o curriculum vitae....

Fiquei apaixonado, lógico...

Ela jurava idem..

Acreditei...

Tudo que um véio babão almeja e Deus resolve escutar suas preces idiotas...

A cabeça de cima deixou de raciocinar dando oportunidade a de baixo racionar...

Até que enfim haveria abiscoitado uma mulher linda; novíssima e aguerrida que haveria de me defender - e vá lá, saciar - tanto físicamente quanto no Judiciário...

A mulher ideal...

Deu chabú, amigos...

Na realidade acho que foi praga de meus inimigos...

Olho gordo de uma infinidade de mulheres horrorosas mal amadas que torcem contra meus anseios justificados e homens invejosos malditos que só me leem torcendo que eu me ferre sempre...

Pos bueno...

Descobri que não se tratava de uma Data Venia Juramentada, após pesquisar no cadastro da OAB...

Ainda mantendo algum resquício de esperança caduca pedi que rastreassem cadastro de inscrição da PM e Polícia Civil para encontrarem a recruta Benjamin...

Nada...

Recruta Zero...

Fiquei dois dias inteiros em depressão profunda a base de goladas de cerveja Bohemia intercaladas por cálices de Tontola, o Elixir da Clarividencia Suprema...

Importante informar que até hoje a cidadã bunduda policial/advogada culpa o Elixir Tontola como causa de todas nossa desavenças já que refuguei nosso primeiro encontro em razão de compromisso agendado e ela acreditava que eu estava de porre em virtude de haver recebido uma garrafa da preciosidade na noite anterior muito embora nem tenha tirado a rolha...

Por favor, a rolha da Tontola, por favor...

O Caro Amigo Sérgio deve estar se debulhando a gargalhar...

Devagar Sérgio, devagar, olha a pressão arterial...

Para o Caro Amigo Sérgio sou seu alterego tipo assim um Mainardi taxista e fica torcendo nessas minhas estrepulias que quase sempre acabam dando problema...

Calma, Sérgio, numa hora eu acerto a mão...

Juro que quando desposar a dona ideal endinheirada me mudo para Pindamonhangaba com todo meu séquito...

Mas, voltemos ao Carlos da Cruz Sampaio Júnior...

Engraçado a fragilidade de nossa instituição policial que permitem estas deformidades...

Figuras que sonham ser Super Man ou Super Girl acham brecha para exercício de devaneios...

Beltrame está compreensívelmente constrangido...

Eu também...

Pior que eu nem comi a dona...

Mas tava com uma vontade...

Nem foi por falta de oferecimento dela...

Foi coisa de agendamento mesmo...

A fila, a fila, entendem...

Agora, juro prá voces...

Se ela responder irada este texto eu reproduzo inteiro por aqui...

E entrego o nome completo da peça...

Agora, se ela me ligar e pedir perdão?

Aceito...



Jorge Schweitzer