sexta-feira, 1 de março de 2013

Meço o Vento









Você já folheou um coração espancado? 

Acordado em desalinho? 

Em processo na penumbra do abandono? 

Como um riscar endurecido no cimento? 

Como lamber a ponta dos dedos sujos de giz? 

Como escovar dentes esmaltados com carvão úmido? 

Como fogueira largando fumaça? 

Como enfermo fora de órbita? 

Como selvagem descompromissado com a civilização? 

Como uma maldição em crise? 

E deu-lhe um abraço aconchegante sem lhe perguntar nada? 

Absolutamente nada? 





Jorge Schweitzer











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