quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Amanda Correia, 15 anos, desaparecida há 135 dias em Castelo do Sul ES
Desaparecimento intriga polícia há mais de 100 dias no ES
Jovem Amanda, de 15 anos, sumiu após ir a uma festa. Sem pistas, polícia coloca caso como um dos mais difíceis do estado.
Juirana Nobres
Do G1 ES
De janeiro a novembro de 2012, a Delegacia de Pessoas Desaparecidos registrou 930 casos de desaparecimento de pessoas no Espírito Santo.
Nesta última semana de dezembro, o G1 traz uma série de três reportagens sobre o drama dos desaparecidos e de suas famílias e a dificuldade da polícia em solucionar ocorrências desse tipo no estado.
A primeira reportagem da série traz o mistério do caso ‘Amanda Correia’.
Segundo a polícia, um dos mais intrigantes nos últimos tempos no Espírito Santo.
A jovem de 15 anos desapareceu há exatos 135 dias, completados nesta quarta-feira (26), em Castelo, Sul do estado.
De acordo com a família, ela saiu de casa às 18h do dia 11 de agosto e disse que iria com uma amiga para uma casa de shows no bairro Bela Vila e nunca mais voltou.
A família tenta enfrentar as diferenças dentro de casa, além das mudanças nos rumos da investigação. O delegado que estava à frente do caso foi substituído.
“Sem a minha filha, o cheiro da casa, o cardápio, os programas de TV e a nossa alegria mudaram por não tê-la ao nosso lado. Ainda acredito que tudo vai voltar a ser como era antes. Ela não me disse que amiga era essa. Amanda tem muitas amizades e todo final de semana saía para alguma festinha, para mim foi tudo normal e por isso não me preocupei em fazer perguntas”, disse a mãe da jovem, a doméstica Elisa Regina Correia, de 41 anos.
O titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, Sérgio Mello, informou ao G1 que o sumiço da jovem é ‘intrigante’, mas a polícia nunca deixou de investigar.
“Não temos um dado concreto e a cada hora, dia, semana e meses que se passam perdemos detalhes que podem ajudar. Quebramos o sigilo telefônico da jovem e tivemos acesso a sua conta de telefone, com todas as ligações recebidas e realizadas. Tudo o que tínhamos já se esgotou”, explicou.
Nos primeiros dois meses de desaparecimento da adolescente, o delegado Robson Vieira era quem estava comandando o Distrito Policial de Castelo.
Quando respondia pela delegacia de Castelo, disse ao G1 que o caso de Amanda foi o mais complicado de toda a sua carreira como delegado.
“Faltavam informações concretas. Todas as pessoas que se relacionavam com a jovem foram ouvidas mais de duas vezes. Saímos várias vezes da delegacia para apurar algumas informações no interior da cidade, e nada”, comentou.
Em setembro, Vieira disse que torpedos do celular de Amanda foram enviados para duas amigas na noite de seu sumiço, mas as meninas apagaram o conteúdo assim que leram as mensagens.
“Elas disseram que a jovem mandou as mensagens por volta de 0h40, já de domingo, ou seja, dia 12. O conteúdo das mensagens era o mesmo para as duas, só não sei ao certo as palavras usadas, já que as meninas apagaram o torpedo. Amanda disse que estava muito triste, chorando e que tinha bebido. Segundo as meninas, a jovem não disse com quem e onde estava”, contou Vieira ao G1 no dia 10 de setembro.
Atualmente, o delegado Marcelo Ramos está à frente do Distrito Policial de Castelo e conduz as investigações sobre o caso da adolescente.
Por telefone, Ramos disse que está empenhado e que mantém contato constante com a família da jovem.
“Prefiro não passar muitos detalhes sobre este caso para não atrapalhar os nossos trabalhos, posso adiantar que estamos trabalhando forte neste assunto”, disse o então delegado do município.
Família
A mãe da adolescente já não sabe o que fazer. Para ela, basta acreditar.
“Mãe é mãe e não tem jeito, sofre no nascimento do filho, durante seu crescimento e até a morte. Ficarei aqui, sempre acreditando que Amanda vai chegar a qualquer momento. Esse é o meu maior desejo”, desabafou Elisa.
De acordo com a mãe da jovem, a casa está do mesmo jeito há três meses.
Em janeiro, a família está pensando em reformar alguns cômodos da casa, inclusive o quarto de Amanda.
“Vamos colocar as coisinhas dela no guarda roupas, colocar um plástico ou pano em cima do computador. Quando Amanda voltar, vai encontrar tudo limpinho e arrumadinho. Estou muito ansiosa para esse momento e aí vou voltar a ser feliz”, disse.
Serviço Delegacia de Pessoas Desaparecidas
Endereço: Avenida Nossa Senhora da Penha, Vitória, Chefatura de Polícia, nº 2290
Telefone: 3137 9065
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