sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Traição de Facebook
Ela pede para eu parar ao lado de um Camaro Amarelo estacionado na Mem de Sá...
Este Camaro Amarelo existe mesmo e está sempre em frente a um bar pé sujo da Ubaldino do Amaral com Henrique Valadares com portas abertas e som alto tocando forró aos domingos...
Ela não resiste...
Quer ser fotografada fazendo pose ao lado...
Acho tosco...
Pergunta se ainda não escutei a música...
- Não! É pagode?
- Nada, sertanejo universitário...
- Pô, carro de paraíba!
Canta e dança para eu descobrir do que se trata...
Rio...
Comento que nem é carro tão caro assim para fascínio, ela merece mais...
- É mesmo!
Fala que está escolhendo próximo namorado e um possui uma BMW que não sabe qual ano de fabricação...
- Veja só, BMW antiga vale tanto quanto um fusca de coleção...
Sugiro que antes de se apaixonar solicite documentação do veículo...
- Ah, como é que vou fazer isto?
- Olhe nos olhos do amado e pergunte se ele é duro mesmo ou só está fazendo você perder tempo...
Ela ri muito da minha palhaçada...
Acaba concordando com minha lógica da paixão pragmática para sempre...
Já amou sem interesses...
Quebrou a cara...
Neste momento ela está me lendo...
Se ficar aborrecida, deleto...
É de Volta Redonda...
Tem 27 anos...
Se formou, entrou para a Petrobrás e teve oportunidade de trabalhar em Singapura...
Após quatro meses por lá sentiu saudades de seu namorado duro...
Resolveu bancar passagem de ida e volta do pobre suburbano..
Dois mil e quinhentos dólares...
Reservou hotéis maravilhosos por lá para adentrarem mil e uma noites...
Ela estava na seca sem traí-lo já que pretendia um dia casar após juntar grana...
Antes do puto chegar por lá resolveu deletar mensagens bobocas do seu Facebook por ele ser ciumento...
Descobriu uma mensagem de spam...
Uma dona acabara de enviar-lhe fotos deles juntos...
Enquanto ela ralava em Singapura o viado a traia por aqui...
Numa das fotos a amante do rapaz ostentava uma gargantilha de ouro de biquini na piscina que ela entregou no aeroporto como prova de amor para que devolvesse na volta...
Ela preferia morrer do que presenciar aqui...
Lógico, até mesmo a senhora que me lê deve estar revoltada...
Quando o babaca chegou em Singapura ela o enviou de volta...
Chorou dias seguidos...
Até pensou em perdoar como todo corno funcional...
Não deu...
Corno é corno...
Ou corna...
Juro que enquanto ela narrava fiz uma cara triste e só faltei chorar...
A gente é fingido mesmo...
Não valemos porra nenhuma...
Sinceramente!
Jorge Schweitzer
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