terça-feira, 9 de outubro de 2012

Joanna Cardoso Marcenal, assassinada aos cinco anos de idade

















Pode ser que Joanna tenha nos ensinado a compreender o grande sentido da nossa existência... 

 A tragédia de Joanna nos escolheu caminhos que passamos a vida inteira tentando evitar... 

Agora... 

Deixa eu confessar para vocês aqui escondidinho... 

Quando André Rodrigues Marins foi preso e conduzido à DCAV, fui até a Rua do Lavradio... 

Era um final de tarde, começava a escurecer...

Cheguei por lá quietinho e fui reconhecido por um dos familiares de Joanna... 

Achei que ninguém me perceberia... 

Todos dali só me conheciam da Internet, alguns achavam que eu sequer existisse...

Uma senhora me abraçou forte: 

- Obrigado, Jorge, obrigado! 

Até hoje não sei quem é esta senhora... 

Saí do local quando apontaram hofolotes  e ligaram as câmeras da Globo na minha direção e outra senhora cobriu a câmera com a palma da mão depois de eu pedir que não me filmassem... 

Sempre preferi que não existisse nenhuma imagem minha junto com a família de Joanna...

André Rodrigues Marins passou sua primeira noite preso no mesmo local onde uma cadela grávida adotada pela DP era abrigada sobre trapos...

Voltei no dia seguinte... 

Eram 11 horas da manhã...

Vários repórteres se posicionavam na entrada da DCAV para uma foto do assassino de Joanna a caminho de exames no IML e posterior Bangu 8... 

Entrei no prédio sem ser interceptado... 

Tentei encontrar a sala onde estaria preso André Rodrigues Marins... 

São várias salas que parecem abandonadas... 

Metia a mão na maçaneta e dava uma olhada... 

Muitos arquivos... 

Outras estavam fechadas... 

Eu batia na porta para ver se alguém respondia do outro lado... 

Só pretendia me apresentar para o assassino de Joanna:  

"Eu sou o Jorge Schweitzer!"... 

Só isto... 

Desci as escadarias do segundo andar...

 Passei por cima de uma demarcação amarela que imita correntes...

Contornei o cartório e cheguei nas salas do lado esquerdo do térreo... 

Encontrei uma servente terceirizada que varria o corredor: 

- Moça, em qual sala está aquele prisioneiro que matou uma criança? 

- Sei não, sei não! 

 Lógico que todos podem imaginar que eu estaria armado... 

Não! 

Comprei apenas 3 rolos de fita crepe numa papelaria da Rua do Riachuelo esquina com Francisco Muratori antes de entrar na DCAV... 





Jorge Schweitzer






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